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Blog by Dani
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domingo, 27 de novembro de 2005
Propus-me a elaborar um manifesto pelo voto nulo nas próximas eleições. Penso que o voto nulo representará a atitude mais correta e corajosa dos leitores diante do quadro político brasileiro atual. As razões estão no próprio texto. Certamente você terá outras para acrescentar ou então terá suas próprias razões para dar um voto válido num candidato de sua confiança. Tudo bem. Mas o voto nulo também é válido. Depende dos objetivos que se buscam com ele. E acho que o que pontuei são bastante nobres. Se você concordar com o Manifesto pelo Voto Nulo, divulgue-o. Se discordar, "eu lhe agradeço pela atenção que você dispensou. Muito obrigado, aquele abraço, porque eu já vou", pois "não canto para enganar. Vou pegar minha, viola, vou deixar você de lado e vou cantar noutro lugar".
Dê NOTA ZERO aos políticos brasileiros e confirme seu voto. Vote Nulo.
O ano de 2006 não será apenas um ano de Copa do Mundo. É mais um ano de eleições. Não deixe de votar. Vote nulo. Mais do que nunca, seu voto é importante para os rumos da história Brasil. Estamos vendo o quadro da política nacional. Se você analisar bem a situação, verá que o voto nulo é uma forma categórica de o povo mostrar sua indignação com o que está acontecendo nos parlamentos de todo o país, especialmente no Congresso Nacional, em Brasília. Mais do que isso, é a forma mais contudente de mostrar seu repúdio à situação a que os políticos brasileiros atuais e de um passado recente, do governo e da oposição, relegaram o país. Um país generoso e maravilhoso lançado num quadro de violência sem fim, numa pobreza sem dimensões e numa ausência total dos serviços mais essenciais aos brasileiros, principalmente a Saúde, a Segurança e a Educação Públicas. Vote nulo. Aproveite a oportunidade de mais uma eleição geral para mostra que sua indignação já venceu todo resquício de esperança. Mesmo que você tenha um candidato sério, honesto (acredite, eles existem), vote por quem ainda não encontrou o seu, por quem ainda é ludibriado pelo político enganador, desonesto, corrupto, carreirista, oportunista, pilantra. Vote por quem ainda não consegue distinguir um do outro. A maioria do povo está nessa situação. Vote por eles. Vote nulo. Convença-os a votar também. Se você votou pelo NÃO no Referendo do Desarmamento, dê mais outra bofetada na cara de um Estado que não garante a segurança dos cidadãos. Vote nulo. Mostre também aos políticos da oposição que estavam no poder até bem pouco tempo que você não também não está satifeito com eles pois também não te deram a segurança que você tentou assegurar por seus próprios meios através do voto NÃO. Agora diga NÃO ao comércio de influências e de favores e de impunidades. Vote nulo. Se você votou pelo SIM, alie-se aos brasileiros que votaram NÃO. Se você tinha razões para não dar o voto da arma, use agora a arma do voto. Com ela, você não corre o risco de ferir ninguém de morte a não ser a politicagem que assola o país e o político profissional que se alimenta dela. Dê um tiro certeiro. Vote nulo. Mostre também que você está indignado com as decisões politiqueiras da Suprema Corte brasileira que liberta ladrões como Maluf e mandantes de crime como o juiz Leopoldo. Mostre que para você, STF será sempre a sigla de Supremo Teatro Federal enquanto a principal instiuição da Justiça brasileira continuar comovendo-se com a sorte dos afortunados e jamais com o azar do povo que os sustenta. Vote nulo. Mostre ainda que você e todos os brasileiros, na condição de eleitores, EXIGEM O DIREITO DE JUGAR E REVOGAR TODO E QUALQUER MANDATO POLÍTICO, pois os mandatos são do povo não dos políticos que o utilizam para defender seus próprios interesses. Diga que você não quer ver corruptos inocentando corruptos através de CPI's que não dão em nada, que o direito de julgar cabe a quem os elegeu, o povo. Você faz parte do povo. Enquanto esse direito não vier, vote nulo. VOTE NULO CONTRA O VOTO OBRIGATÓRIO.OU O VOTO É UM DIREITO OU NÃO É!. Só quem tem um direito pode decidir usá-lo. Tome uma atitude: Defenda o livre direito de votar. ENQUANTO VOCÊ FOR OBRIGADO A VOTAR, VOTE NULO!. Manifeste sua opinião. Não deixe de votar, mas vote nulo! Mostre aos políticos sem-vergonhas que nas próximas eleições eles não precisarão mais fazer uso de dinheiro ilegal do caixa 2 para convencer o povo a votar em suas candidaturas além do absurdo que eles normalmente gastam, pois o brasileiro votará contra essa prática ilegal e imoral. O BRASILEIRO VOTARÁ NULO!. Mostre ao mundo que você, brasileiro, não aceita essa condição vexatória em que se encontra a política brasileira. Mostre claramente que essa situação não conta com seu apoio. Vote nulo!
Mas para o Brasil será um grande salto você votando nulo. Dê a nota que os políticos merecem! Digite zero e confirme! Vote nulo!
segunda-feira, 21 de novembro de 2005 Outro questionárioTem esse negócio aí do lado esquerdo dizendo quanto vale este blog. Eu o coloquei por diletantismo, mas não está à venda não, tá? (já tirei faz tempo - anotado hoje, 06/04/2009)E não vendo por causa dos leitores que muitas vezes recebem questionários com perguntas difíceis na internet e não encontram uma pessoa disposta a ajudá-los a responder. Se não fosse este blog, você não iria saber as repostas para essas perguntas, por exemplo:
1. Por que laranja se chama laranja e limão não se chama verde?
2. Por que lojas abertas 24 horas possuem fechadura?
3. Por que "separado" se escreve tudo junto e "tudo junto" se escreve
separado?
4. Porque os kamikazes usavam capacete?(BOA !!)
5. Porque se deve usar agulha esterilizada para injeção letal em um
condenado a morte?
6. Quando inventaram o relógio, como sabiam que horas eram, para acertá-lo?
7. Como que os cegos sabem quando terminaram de se limpar quando estão no
banheiro?
8. Para que serve o bolso em um pijama ?? (Muito Boa)
9. Porque os aviões não são fabricados com o mesmo material usado nas suas caixas pretas? (BOA !!)
10. Por que o Pato Donald depois do banho sai com uma toalha em volta da cintura, se ele não usa short no desenho?
11. Se o super homem é tão inteligente, porque usa a cueca por fora da calça?
12. O Pluto e o Pateta são cachorros, certo? Por que o Pateta fala e o Pluto não?
13. Por que tem gente que acorda os outros para perguntar se estavam dormindo?
14. Por que os Flintstones comemoravam o Natal se eles viviam numa época antes de Cristo?
15. Por que os filmes de batalhas espaciais tem explosões tão barulhentas se o som não se propaga no vácuo?
16. Por que aquele filme com Kevin Costner se chama "Dança com Lobos" se só aparece um único lobo durante toda estória?
17. Se o vinho é líquido, como pode ser seco? Da mesma forma que Débora Seco às vezes fica molhadinha. Na verdade, o vinho seco é extraído de uvas plantadas no nordeste. Sua forma original é em pó, mas é misturado à agua pela vinícola antes de ser colocado no mercado para evitar que os apreciadores se engasguem, especialmente se resolvem tomá-lo com farofa. 18. Como se escreve zero em algarismos romanos?
19. Por que as pessoas apertam o controle remoto com mais força, quando a pilha está fraca? (Boa!)
20. Por que quando você pára no sinal vermelho, tem sempre alguém no carro do lado com o dedo no nariz?
sexta-feira, 11 de novembro de 2005 Revendo Estava eu revendo alguns poemas que publiquei aqui no blog. Sempre que faço isso, sinto a necessidade de mexer, de dar uma melhorada, especialmente na forma. Como esses dois aqui. Por isso, os republico. Quem não leu, pode ler, eu deixo. Quem já leu, pode ler de novo, pois acho que agora estão melhor escritos. Poemas são assim, nunca estão acabados. Outra coisa: agora vou passar a responder aos comentários de vocês. Espero que consiga. Vale a pena tentar. Tentação é uma coisa legal, apesar de a Bíblia dizer o contrário. Portanto, vê lá o que vocês vão dizer :) Brincadeira. O importante é que digam. Para mim é. Muito.
Eu gosto muito desse:
Tem esse também, por que não?
quarta-feira, 9 de novembro de 2005 Questionário Considerando a quantidade de comentários que obtenho com meus contos, acho melhor abandonar essa idéia e publicar coisas mais... ...sei lá ...isso! Coisas mais "sei lá", coisas como esse questionário que respondi numa lista de e-mails (lista muito boa, por sinal). Se é que vai interessar a alguém.
1) Que horas são?
2) Nome?
3) Quantidade de velas no teu último bolo de aniversário:
4)Furos nas orelhas?
5) Tatuagens?
6) Piercings?
7) Já foi à África?
8) Já ficou bêbado?
9) Já chorou por alguém?
10) Já esteve envolvido em algum acidente de carro?
11) Peixe ou carne?
12) Música preferida?
13) Cerveja ou Champanhe?
14) Metade cheio ou Metade vazio?
15) Lençóis de cama lisos ou estampados?
16) Cor das meias?
17) Programa de televisão?
18) Filme preferido?
19) Está ouvindo alguma música agora?
21) Coca-Cola simples ou com gelo?
22) De que pessoa recebeu esse e-mail?
23) Quem dos teus amigos vive mais longe?
24) O melhor amigo?
25) Hora de dormir?
26) Quem acha que vai responder esse e-mail mais rápido?
27) Quantas vezes você deixa tocar o telefone antes de atender?
28) Qual a figura do seu mouse-pad?
29) CD preferido?
30) Mulher bonita:
31) Homem bonito:
32) Pior sentimento do mundo?
33) Melhor sentimento do mundo?
34) O que a pessoa não pode ter pra ficar com você?
35) Qual o primeiro pensamento ao acordar?
36) Se pudesse ser outra pessoa, quem seria?
37) Algo que você nunca tira?
38) O que é que você tem debaixo da cama?
39) Nome da pessoa que talvez não te responda? Não se aplica, pois não mandarei isso pra ninguém.
40) Aquele que com certeza vai te responder?
41) Quem gostaria que te respondesse?
42) Uma frase:
43) Que dia é hoje?
44) Diz uma coisa de quem te enviou esse e-mail?
segunda-feira, 7 de novembro de 2005 Chico e a morena Mariana A primeira impressão que teve foi a de que se tratava de uma pessoa cativante. Cativante pela própria meiguice. Antes mesmo que alguém pudesse conhecê-la mais profundamente, a leitura imediata que se fazia era essa mesmo: a de uma pessoa extremamente meiga e cativante. E quando passou a conhecê-la melhor, isso se confirmou. Realmente dona de uma simpatia incomum. O jeito de ser, o comportamento um tanto quanto tímido, pelo menos na aparência, era muito legal. Um jeito terno, meio acanhado, sei lá. Muito charme. Pra ficar admirando, realmente. Daí para a paixão foi um pulo. Caiu de joelhos pela morena Mariana. Procurava sempre ir nos encontros de amigos em que ela pudesse estar. E sempre estava. Nos bares, nos mares, em todos os lugares. Procurava ficar sempre próximo dela. E sempre achava um jeito e uma cadeira para dar conta disso. Tudo dela o encantava e o seduzia cada dia mais que o anterior, num crescente, rumo a uma paixão completa e avassaladora. Os cabelos negros e lisos, os olhos de jabuticaba, amendoados, a voz macia, saborosa de ouvir, a boca sedutora ..."beijo travesso de umbu-cajá" ...a pele morena, o corpo delineado, os seios... "ai, meu Deus!" E quando ela falou em dialética, de síntese e antítese, ficou perplexo. "É difícil encontrar alguém que fale dessas coisas, Mariana!", dizia para ela. Se o encanto que ela exercia sobre ele já era grande, com essa aumentou ainda mais. Se toda aquela belezura já o conquistara, a inteligência deu um golpe final em seu coração. Acontece que ele ficou com receios de tomar a iniciativa de um namoro. O medo de uma negativa e perder as esperanças alí mesmo fizeram-no cauteloso. Preferiu a tática de ir conquistando-a aos poucos. Seria mais certo e mais seguro dessa forma. Conseguiu estabelecer uma relação muito legal com ela. Compartilhavam as mesmas idéias, os mesmos gostos, e ela adorava as brincadeiras e as tiradas dele. Descobriram-se ambos românticos. Ela, como ele, gostava das músicas do Chico. Um dia, na mesa de bar, com os amigos, recitou para ele toda a música Eu Te Amo, verso por verso. A relação de amizade estabelecida ainda não lhe permitia saber se ela fez isso para mostrar seu encanto pela poesia da letra ou se era uma declaração indireta de um encanto por ele. É que, contraditoriamente à segunda opção, ela nunca havia dado a menor demonstração de que alimentava uma paixão por ele. Resolveu então não arriscar. Naquele dia, depois de recitar a letra da música, ela disse que havia perdido dois dos poucos cd's do Chico que possuía, sendo que um deles trazia aquela música. Ele só não poderia adivinhar que essa bucólica revelação iria mudar o rumo daquela relação. Dias depois, ao ver numa loja a discografia completa de Chico Buarque, lembrando-se da perda dos cd's, teve uma idéia. Ligou dizendo que iria passar na casa dela para deixar um presente. Meio sem jeito, entregou-lhe a coleção completa do cantor poeta. Pediu apenas que as primeiras músicas que ouvisse fossem "Valsinha" e "Roda Viva", as que ele mais gostava. Depois de ouvi-la dizer "obrigado!" e "você é louco!" partiu com um certo pressentimento de perda. Não material. Algo bem mais caro. O mau pressentimento confirmou-se. O comportamento dela após esse dia, selaria para sempre a relação dos dois. Para ele, um comportamento incompreensível. Ela não falou mais nada a respeito do presente e se tornou arredia em relação ao amigo. Ele esperava que ao menos a discografia buarqueana servisse para alimentar os assuntos entre os dois, independente de qualquer outra coisa, pois a obra de Chico era ampla, rica e ambos curtiam. Mas isso não aconteceu. Pelo contrário. Ele não entendeu a reação dela. Ficou tão triste quanto confuso e contrariado. "Porra, a obra completa de Chico Buarque! Desde que ele aprendeu a fazer cocô sozinho!", resmungava. Achou até que tivesse dado o presente errado. Mas quando leu num blog de uma menina que "ter a discografia completa do Chico Buarque é melhor do que chocolate e quase melhor do que sexo" convenceu-se que o problema não era aquele. Pensou até em revidar tratando-a com total desprezo, maior do que aquele que agora recebia dela. Ignorando-a talvez a fizesse dar mais atenção a ele. Lembrou-se de quando interessou-se por Bia, que não lhe dava nada a menor bola até ele começar a tratá-la como um verme. "Deu certo, literalmente, pois ela veio se rastejando para cima de mim", remoía. Mas desistiu da idéia da mesma forma como havia desistido da Bia. "Mulher tem que vir espontâneamente, senão não tem graça. Além do mais, tenho nojo daquela gosma melequenta dos vermes", dizia para si próprio, com seu peculiar e cínico senso de humor, que sempre vinha acompanhado de um sorriso sarcástico e ordinário no canto da boca. Algum tempo depois se encontraram. Ela quis saber a opinião dele sobre qual a atitude que deveria tomar em relação à intenção do ex-namorado que queria voltar para ela. Por um instante ele calou-se. Fixou os olhos naqueles olhos de jabuticaba e aconselhou-a com a serenidade e sinceridade de um profeta: "Mire-se no exemplo das mulheres de Atenas!". E foi embora. Por uns momentos sentiu-se caminhando lívido, sem forças. Mas não tardou a apresentar um repuxão atrevido no canto da boca. Um sorriso amargo e cínico que só ele entendia, incompreensível para o mundo.
quinta-feira, 3 de novembro de 2005 Dando bola para Claudinha Quando viu pela primeira vez aquela guria cheia de graça que vem e que passa em sua rua pensou que fosse uma garota de outras bandas visitando uma amiga no bairro, que não veria mais aquela coisa tão bonita, que pena. Não tinha mesmo muita sorte com as meninas que o encantavam. Quanto mais gostava de uma, mais tinha que se contentar com uma outra. A paixão tomava conta da alma e o corpo só fazia besteira, ts, ts. Mas quando viu sua irmã comentando que havia novos vizinhos no bairro, se encheu de animação, de razão e de amor pra dar. Ela era linda, muito linda. Linda até dizer "chega!", no sentido de "chega mais", claro. Então. Um dia estava batendo bola na rua com a turma. E quem se aproximou vindo da padaria? Claudinha, claro. Já sabia o nome dela e tudo mais. Pois é. Ela se aproximava, se aproximava. Afinal, ela tinha que passar ali para chegar em casa. Quando um companheiro tocou para ele, ele parou a bola sob os pés e, com a autoridade de ser o melhor da turma e também o dono da bola, disse em alto em bom tom para que todos ouvissem, especialmente ela: "Pára o jogo! Se essa menina levar uma bolada, eu mato um!". Até conseguir ter uma certa intimidade com ela, foi um custo. Isso sempre acontecia. A capacidade de aproximação com uma menina era inversamente proporcional à atração que tinha por ela. Quanto maior era uma, menor era outra, e vice-versa, dez vezes mais do que o quadrado da distância que ele aprendeu na aula de Física. Sorte foi a Aninha, com quem tinha bastante intimidade. Amiga indesgarrável de Claudinha, Aninha acabou ajudando muito na aproximação, mesmo sem que soubesse. Um dia até falou assim para Aninha: "Aninha, você é muito importante pra mim. Você me deixa feliz. Você é como se fosse uma ponte entre mim e o paraíso". Aninha ouvia e ficava toda boba. Até que um dia... (sempre tem um dia, né?) ...até que um dia ele ficou na varanda de casa esperando-a passar. Com o violão, para sugerir naturalidade, desinteresse. Ela sempre passava por aí quando vinha da escola. E lá vinha ela. Ela e Aninha. Ficou de costas, fingindo não esperar ninguém. E esperou, esperou, esperou. Ninguém passou. Concluiu que, quando o viram na varanda, e como acharam que ele não as tinha visto, passaram por outra rua. Aquilo o deixou frustrado, decepcionado, amargurado, deprimido. Mas não se deixou abater. Até cantou "Andança" ao violão junto com a irmã no dia em que ela se mudou para o Rio de Janeiro. Ele escolheu a música. Primeiro, porque diziam que havia música mais bonita do que aquela, mas ele não acreditava. Segundo porque a letra dizia "por onde for quero ser seu par". Ele realmente havia se apaixonado por aquela menina que agora partiria com um dó maior. Um ano depois, domingo à tarde, voltando de um jogo de futebol, ele se depara com ela, que voltava ao bairro para rever os amigos. Estava mais linda do que nunca. Recebeu-a tão friamente que Aninha falou com ele, em particular, quando ela saiu: "Puxa! Como você foi frio com nossa amiga!". A desculpa que ele sabia que não iria colar foi essa: "Eu estou muito cansado do jogo." Ainda disse, com um sorriso enigmático: "Mas não se preocupe. Não vou dar uma bolada nela." Claro que Aninha não entendeu porra nenhuma. Talvez só mesmo Claudinha entendesse. "E se não entendesse, foda-se, que eu tenho de ir pra casa tomar meu banho!". Mentira. Sozinho no banheiro misturaria lágrimas de mágoa às águas do chuveiro.
terça-feira, 1 de novembro de 2005 Um poema perdido
![]() imagem: Digital Dreams Um poema eu fiz já há algum tempo. Como vem a calhar, repito-o.
NA ESQUINA
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Não falo de mim,
nos cartões abaixo para ver os diálogos. imagens: Kim Anderson textos: kali
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