Blogs:
Blog by Dani
Cave Canem DAUS Blog Do Sussurro ao Grito Idade da Pedra Literatus Mania de intimidade Mar de Palavras Maré Modéstia Suprema Rumores da Crise Sentir é um fato
![]() (Selo que concedo aos blogs que admiro) Visitantes:
|
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2004 O conto de fim de ano Se dizem por aí que o ano começa só agora, depois do Carnaval, até que esse conto não fica assim tão deslocado no tempo. Mas eu o escrevi por causa de um comentário deixado aqui por essa menina que eu admiro tanto. O comentário foi esse:
Gostei, Kali, agora falta o Conto de Ano Novo, quem sabe uma continuação do de Natal, né? Angel tem que tomar muito cuidado com as coisas que me diz. Eu posso tomar uma simples sugestão sua como uma ordem.
Caminhava tranqüilo o arquiteto K., apesar de deserta a rua e avançada a hora. Não faltava muito para a meia-noite. Nem precisou olhar para o relógio. Os fogos já começavam a pipocar. Bem longe dali, é verdade, mas podiam ser ouvidos. À beira-mar, onde o povo todo foi festejar a passagem de ano. “Humf!”, resmungou. Mas estava de bom humor e realmente tranqüilo. Ia para casa, vindo de um bar onde foi “abastecer a máquina de pensar”. Não estava com medo de ser assaltado naquela rua desolada. Já providenciara o que para ele era necessário para não sofrer qualquer violência: dinheiro na carteira e cartões, com as senhas já anotadas num papel. Já tinha na ponta da língua o que dizer a um possível assaltante: “abaixe a arma que a polícia pode desconfiar e aí vai dar merda. Não vou fazer nada, pode ficar tranqüilo.” Dizia isso com um sorriso no canto da boca. “Pelo menos meu dinheiro estará bem aplicado: em distribuição de renda e na proteção de minha preciosa vida. Quer melhor?”, perguntava ele para um interlocutor imaginário. Mal sabia porque estava indo embora a pé. Simplesmente decidira. “Queria sentir o mundo a meus pés, hahaha.” E ria, ria no meio da noite. E danava a pensar. O ritmo do pensamento era bem mais intenso que do seu andar. Ele mesmo achava isso. Mas mesmo assim se replicava: “Como então a gente voa quando começa a pensar? Hahahaha." Estava pensando no Ano Novo.”Que Ano Novo?! Cada segundo é novo!” Os fogos pipocavam cada vez mais intensamente. “Por que Ano Novo? Quem disse que um ano vai terminar daqui a pouco para começar outro? Se o ano é o tempo que dura o movimento da Terra em torno do Sol, e esse movimento é contínuo, como se determina o início e o fim de um ciclo? Apenas por convenção. Idiotas! Tudo convenção. Lembrou-se agora do horário de verão. “Olha aí! Além de tudo, estão comemorando uma hora mais cedo o fim de um ano! Ah, tudo bem, tudo bem. O povo sempre conta mesmo com o ovo no cu da galinha antes de ela botar! Hahahaha.” “Isso sem falar que o movimento completo em torno do Sol não coincide exatamente com número de dias redondos. Tem umas seis horas a mais. Deveriam era comemorar o fim do ano pela manhã, e não à meia-noite. Idiotas! Fodam-se! Se ninguém se preocupa com isso, eu é que vou me preocupar? Se o relógio de Deus é maluco, o do homem é um Rolex! Hahahahaha.” “Muito bom aquele uísque, muito bom!” “Agora vou caminhar descalço. Vou sentir mais ainda o mundo a meus pés hahaha.” Parou e desatou os cadarços dos tênis. “Até que é bom trabalhar de tênis. Vou fazer isso mais vezes.” Mas não os tirou de imediato. “Vou fazer isso com estilo.” Ao retomar a caminhada, lançou um após outro os tênis pela rua em chutes pelo ar. Gooooolaço!”, dizia, acompanhando a trajetória do tênis do pé direito pelo céu da noite. “De canhota... No ângulo!!!” gritava ao fazer o mesmo com o pé esquerdo, imitando os radialistas esportivos e lembrando-se das jogadas que fazia num campo de pelada, num terreno estéril perto dali, onde cresceu um galpão. “Não estou jogando nada fora! Algum moleque vai pegar e ficar todo feliz! Se o governo quisesse mesmo pegar os pivetes pelo pé deveria fazer como eu: distribuir tênis. Hahaha.” E ria, ria de dar dó. Andou ainda um bocado pensando por dentro e rindo por fora o tempo todo. Até que parou. Estava tão compenetrado em suas divagações que só agora se dera conta de que havia ultrapassado o local onde morava. Passou em frente de sua própria casa e nem percebeu. “Estou arruinado! Este sou eu: um arquiteto que construiu sua casa no lugar errado!” Enquanto o pipocar dos fogos atingia o ápice, uma sonora gargalhada estourou na noite. Era o seu brinde ao Ano Novo.
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2004 Aniversário e Bakhtin Realmente fiz aniversário no dia 18 de fevereiro, o que foi festivamente denunciado pela querida Lika. Não me lambuzei de glacê, mas nos comentários de vocês. Obrigado pelo carinho. Tomando como referência o dia em que nasci, a terra completou mais um volta em torno do sol. Volta ao ponto de partida. Aniversário é isso. ... a outra volta já começou. Lá vamos nós. Bom saber que vocês também vão junto :) Mudando de assunto, encontrei um livro que acredito irá preencher uma lacuna que sempre me incomodou: a falta de um estudo da Psicanálise a partir dialética materialista. Pelo menos para mim, leigo no assunto, a Psicanálise sempre se apresentou como um conhecimento autônomo, independente, que escapava ao poder de explicação do Materialismo Histórico. Isso sempre me intrigou. E não é que encontrei um livro exatamente com esse propósito, de explicar a ciência e os métodos psicanalistas através do pensamento dialético? Do jeito que eu sempre procurei. O FREUDISMO, de Mikhail Bakhtin. Interessante a vida desse escritor russo. Chegou a morar numa cadeia abandonada. Uma tese sua (no campo da Filosofia da Linguagem, creio eu) levou seis anos para ser analisada. Porém, em que pese o fato, pela leitura prévia que fiz de algumas páginas, Bakhtin faz a Psicanálise parecer brincadeira de criança, tamanha a clareza e simplicidade com que ele aborda e explica a ciência fundada por Freud. Complexo de Édipo, processo de transferência, os sonhos, as neuroses, o consciente e o subconsciente... tudo dissecado, da forma mais clara e competente possível, e, no fim, a crítica. As primeiras leituras me impressionaram! Preciso, simples, genial. Acho que o livro todo será assim, espero. Vou devorá-lo. Não antes de o ler, claro :)
terça-feira, 17 de fevereiro de 2004 Um pequeno conto Acontece o seguinte: eu estava preparando um poema para vocês que são pessoas muito bacanas e deixam comentários sempre mais agradáveis e mais lisonjeiros do que eu realmente mereço. Porém, faltaram-me rimas e o que era para ser poema acabou se transformando num pequeno conto. Espero que gostem, pois ele veio ao mundo para isso mesmo: para que vocês leiam e gostem.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2004 Casório e flores Mais dois foto-posts, para não perder o costume. Espero que gostem. Se não gostarem, não aceito devolução, pois é promoção.
![]() ![]() texto: Kali imagem: www.kim-arts.com
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004 Um post
![]() Nos blogs, as pessoas expõem suas idéias, seus sentimentos, suas histórias, seus ódios, seus amores, suas conquistas, suas frustrações, suas dúvidas, suas convicções, seus pontos fortes e sua fraquezas. Coisas das mais importantes às mais banais se transformam diariamente em posts internet afora. Às vezes, a forma que a pessoa encontra para escrever algo faz toda a diferença, como se não bastasse o próprio conteúdo do que foi escrito. Vejam o post da CoRa desta terça-feira. Não me lembro de ter visto um post tão veemente, tão sincero e tão racional e emotivo ao mesmo tempo.
Radical Especialmente para meus queridos visitantes.
![]() texto: Kali imagem: www.kim-arts.com É só brincadeirinha, tá. Vocês vão voltar, não vão? :)
terça-feira, 10 de fevereiro de 2004 Cantada
![]() texto: Kali imagem: www.kim-arts.com Cantada simplesinha, mas encantadora, não? Interessante como o texto se encaixou perfeitamente na imagem. Reparem as expressões faciais da garotinha e do garoto. Gostei. Legal, não? :)
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2004 Preto no branco O "menino" do banco de trás da moto do post anterior é, na verdade, uma "menina". Mas aqui é tudo faz de conta. Bem-vindos ao Mundo Kálido da Fantasia. O que não quer dizer que aqui não se mostre também o preto no branco, não é? Não? Então clique na imagem pra ver se não.
![]() www.kim-arts.com
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2004 Rodando por aí Ô menina pra frente! :)
![]() www.kim-arts.com
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2004 Mais alpiste Chip, chip, vem passarinho, vem. Chip, chip... d:Þ
![]() www.kim-arts.com
terça-feira, 3 de fevereiro de 2004 Imagenzinha não clicável Desta vez a imagem não é clicável, mas o poema que ela me inspirou vem logo abaixo. Espero que gostem. Feito especialmente para quem visita meu blog à procura de coisas cálidas, novas... e, quem me dera, belas
Poesia simplinha, mas muito legalzinha, não? Às vezes, as coisas mais caras da vida são as mais simples, você não acha? Sinceridade? Eu acho. Espero que tenha gostado, pois coloco esses poemas para capturar quem aparece por aqui. E leitor de blog é que nem passarinho. Se não prender e não der alpiste, voa, voa, voa...
|
Não falo de mim,
nos cartões abaixo para ver os diálogos. imagens: Kim Anderson textos: kali
|