Apaixonou-se perdidamente
Como se apaixonam os dementes.
Completa e loucamente.
O corpo levitava,
A alma flutuava
Acompanhados de uma canção
Que também no ar pairava
Em forma de um eco incontinente
Que alucinava:
Paixão! Paixão!
Mas no fundo do coração,
Lá, onde o intelecto não tinha tanta razão,
Nem a emoção tanta efusão,
Onde só chegava alguma noção,
Uma oração ecoava surda, calada
No mesmo peito, no mesmo acorde
E no mesmo ritmo
Daquela canção.
Silencioso,
Contra seus desejos mais ardentes,
Pelas estrelas mais cadentes
E contra um céu já desvalente,
Seu instinto implorava:
Pai, chão! Pai, chão!