Poemas kálidos:

A Lenda do Beijo
A Mulher que Namorou o Tempo
Aldeia Global
Evolução
Lábios Trêmulos
Poema do Ciúme
Poesia Concreta
Poema do Blogueiro
Cachorra
 

       
Contos kálidos:


A Repulsa
Duetos
Os Olhos do Velho
Tempestade de Neve



Águas passadas 

2002

jan fev mar abr
mai jun jul

ago

set

out

nov

dez

2003

janfev mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2004

jan fev mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2005

jan fev mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2006

jan fev mar abr
mai jun jul ago

set

out

nov

dez

2007

jan fev mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2008

jan

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2009

jan

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2010

jan

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2011

jan

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2012

fev

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

 



Blogs:

 
(Selo que concedo
aos blogs que admiro)

Recebi:

Visitantes:

Powered by Blogger

 

 

sábado, 31 de outubro de 2009

Se eu tivesse diploma de jornalista, fosse entrevistar uma professora da Uniban e lá me encontrasse com o Valmir.

 

Eu me dirigiria à Universidade Bandeirantes, procuraria a professora de Sociologia com quem teria marcado um horário para falar sobre a agressão à aluna do vestido curto, me mandariam aguardar numa sala de aula vazia e lá encontraria o Valmir limpando o chão.

Oi, Valmir! Tudo bem, meu amigo? Há quanto tempo! Bom te ver!
Oi, Kali! Você por aqui? Vou bem, e você? Jogando bola ainda?

Tudo certo. Batendo uma bolinha de vez em quando. Vim fazer uma entrevista com uma socióloga daqui da Uniban sobre o negócio da agressão à Geyse Arruda, a aluna do vestido curto.
Vê só, cara! Que coisa maluca, não! Mas acho que você não vai conseguir falar com essa mulher, não.

Por quê?
Acho que os donos não vão liberar. Eles não querem divulgação. Para eles, quanto menos se falar nisso, melhor. O que você vai perguntar para ela?

Vou pedir para ela falar sobre o que aconteceu. Tentar explicar a coisa.
Kali, não precisa entrevistar uma socióloga para saber porque aconteceu aquela zorra toda com a garota.

Ah, é? Então me explica, que até agora não entendi o que aconteceu. Por que toda aquela confusão por causa de um vestido curto?
Vai dizer que não sabe? Viadagem, meu camarda. Viadagem pura. Me diz uma coisa: um material daquele, um homem de verdade vai chamar de puta? Iria espantar a criança, não? Então. Eu conheço meu gado, camarada. Os rapazes dessa universidade, metade fornece o três-meia-zero e a outra não recusa. Dão com força!

Três-meia-zero?
É. É maneira de falar do fiofó. Um trem redondo não tem 360 graus? Fugiu da escola?

Tudo veado? Mas os caras são musculosos, não parece...
E você acha que aqueles músculos são para as mulheres? Aquilo é para agarrar macho, meu camarada, para não fugir de jeito nenhum.

Porra, Valmir, você fala umas coisas... você é muito preconceituoso. Se fossem donzelas, eles não usariam aquelas tatuagens de cabra macho?
Mas você não entende nada de sociologia! Aquilo é para identificar as bibas. Os grupos têm que ter identificação. Como é que um cara vai saber que o outro é veado? É aí que entra a tatuagem, meu camarada. Identificação. É signo que se chama aquilo. De vez em quanto eu passo pelo corredor e ouço o professor falar sobre isso.

A coisa não é assim. Às vezes o cara só quer aparecer, ficar bonito na foto, só isso. Tem gente que acha bonito pintar aquela merda na pele, ué! Aí põe a porra da tatuagem.
Põe a tatuagem, a porra vem depois. Vai por mim. Essas Cocas são tudo Fanta.

Você tá falando muita merda, Valmir. E as meninas? Porque chamariam a outra de puta gratuitamente?
Inveja. Aposto com você que a menina agredida tem a bunda mais redonda do que as outras. Sabe como é. Inveja mata. Vai ver que também tem um namorado bonitão. A mulherada fica para morrer com um troço desse, fica histérica. Outra coisa: a menina iria para uma festa depois da aula. Toda produzida. Nem toda menina tem grana para sair. Para entrar nessa universidade, tem que deixar tudo na entrada, no caixa. É inveja, só pode.

Não pode ser só isso.
Não, não é. Tem também esse negócio de evangélico, você sabe. Fundamentalismo. A igreja católica passou por isso tem uns quinhentos anos, já superou, mas agora tem o fanatismo evangélico. Isso tem a ver também.

Tá bom, Valmir. Acho que a professora não vem mesmo.
Não te falei? Conheço meu gado.

Valeu, meu irmão. Aquele abraço.
Falou, meu camaradinha. Falei demais, né? Você não usa tatuagem não, usa?

Sai fora!

Marcadores: , , ,

Kali.
Gostou, assine.



 

 

Não falo de mim,
mas do mundo,
bem mais importante
e interessante.
Quiçá, mais bonito :Þ

Creative Commons License

Blog Kálido, escrito por kali, é licenciado sob as seguintes condições:
Creative Commons:
Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas
2.5 Brasil License
.

 



Clique
nos cartões abaixo
para ver os diálogos.

imagens:
Kim Anderson
textos: kali