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Blog by Dani
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É o caso do nazismo e seu principal expoente, Adolf Hitler. Usualmente, o nazismo - forma particular de fascimo - é visto como produto de uma mente aloprada de um cabo do exército alemão. Mas o movimento e a ideologia nazistas não podem ser entendidos fora da luta de classes que acontecia na Alemanha na época. Sem a burguesia e a pequeno-burguesia alemãs, não existiria nazismo. O nazismo e as condições de sua existência existiam antes que Hitler começasse a encher as mentes alemães com seus discursos vazios de sentido e a empurrá-las para o desastre previsível. E sem tais condições, Hitler morreria como um cabo do exército, veja por quê (tirado daqui): (...)Mas em Agosto de 1914, quando a Alemanha entrou na Primeira Guerra Mundial, alistou-se imediatamente no exército bávaro. (...) O seu cargo, num lugar baixo da hierarquia militar, refletia a sua posição na sociedade quando entrou para o exército. (...) Depois, em Agosto de 1918, recebeu a Cruz de Ferro de Primeira Classe, uma distinção raramente atribuída a não oficiais, até porque Hitler não podia ascender a uma graduação superior, já que não era cidadão alemão. (...)Hitler foi um homem ignorante, covarde e presunçoso utilizado pela burguesia alemã não só para enganar o povo alemão e utilizá-lo como bucha de canhão no ataque à classes capitalistas concorrentes e à primeira nação comunista da História mas principalmente para salvar a própria pele diante de um movimento revolucionário que tomava corpo. As maiores vítimas do nazismo não foram os judeus, mas os próprios alemães. Se Hitler estivesse vivo e aparecesse hoje em qualquer cidade da Alemanha, os alemães o comeriam vivo, a dentadas. Seus seguidores que se cuidem. Não haverá segunda chance.
Nazismo. O nazismo representou uma política desesperada de salvamento da burguesia alemã, com o apoio das classes médias, diante da crise internacional e da perigosa organização e mobilização dos trabalhadores rumo ao socialismo, animados pela Revolução Russa. Foi um instrumento político do capitalismo alemão, especialmente o capital industrial, com amplo apoio do capital detentor dos meios de comunicação alemãs. Essas classes viram num militar ignorante, mas extremamente voluntarioso, o fantoche que precisava para aliciar o povo, quebrar as organizações do proletariado alemão, manter o regime de exploração em meio à crise mundial e garantir a própria sobreviência do capitalismo alemão. O nazismo não pode ser entendido sem a sustentação financeira do partido nazista pela burguesia alemã, da mesma forma que o führer não poderia se movimentar sem um Mercedes Benz. Hitler e seu discurso raivoso contra judeus e comunistas, e suas idéias idiotas sobre eugenia e raça pura escondiam sob o manto da superioridade racial a dominação de uma classe sobre as demais. Longe de buscar a libertação do povo alemão, queria-o como escravo. Longe de tê-lo como povo heróico, queria-o como bucha de canhão, como de fato aconteceu. Vejam essa análise de Trotsky:
A hora do regime fascista chega no momento em que os meios militares-policias "normais" da ditadura burguesa, com a sua capa parlamentar, se tornam insuficientes para manter a sociedade em equilíbrio. Por meio da agência fascista, a burguesia põe em movimento as massas da pequeno-burguesia enfurecida, os bandos de desclassificados, os "lumpen-proletários" desmoralizados, todas essas inumeráveis existências humanas que o próprio capital financeiro levou ao desespero e à fúria. (Leon Trotsky, revolução e contra-revolução na alemanha).A história de que o nazismo, em pouco anos, acabou com o desemprego na Alemanha e tirou país do buraco para colocá-las as grandes potências do planeta é pura lenda. Trata-se de mascaramento de dados econônicos, muito comum em democracias e mais ainda em governos totalitários. As mulheres deixaram de ser contadas como desempregadas a partir de 1933; Judeus, a partir de 1935, perderam a condição de cidadãos do Reich, não contando mais como desempregados; Mulheres jovens que se casavam eram excluídas dos cálculos; Ao desempregado eram dadas duas opções: ou trabalhar para o governo sob baixíssimos salários ou permanecer segregado da esfera governamental, longe de todas as suas obrigações, mas também vantagens, como saúde, lazer, etc. E quase todo aumento de atividade econômica foi fruto do direcinamento militarista do Estado. O fato é que o Estado alemão, sob a veborrágica administração de Hitler, se endividou até os cabelos. Hitler, que subiu ao poder com a promessa de acabar com a dívida do povo alemão, mais que a duplicou (também tirado daqui). De qualquer forma, embora procurasse destruir o marxismo, o movimento nazista acabou servindo de confirmação de uma das máximas marxistas: "em seu atual estágio de produção, o capitalismo só se desenvolve gerando forças destrutivas para a humanidade."
De resto, a humanidade já resolveu esse problema desde os primórdios da civilização, quando o homem primitivo proibiu o incesto. O Homem de Neanderthal é mais evoluído que o nazista de Wiesenthal.
No mundo globalizado, unificado e amancebado de hoje, a "pureza racial" só pode ser defendida por uma escória espúria da humanidade. Desenhos de Belmonte. Aquele que comeu um nazista atrás de um monte.
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Não falo de mim,
nos cartões abaixo para ver os diálogos. imagens: Kim Anderson textos: kali
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