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domingo, 12 de agosto de 2007

Post grandão

1. Ana Paula

Acontece que uma colega de serviço vai se transferir para Aracruz, município aqui do Espírito Santo. Ana Paula, assistente de diretor, mineira muito simpática e dinâmica. Vai ser Diretora de Secretaria da Vara de Trabalho de lá. Ela mostrou muita ansiedade com a mudança, mas vai. Aí resolvi escrever um poemazinho para a despedida. Como achei que o poema ficou meio tosco, meio piegas e muito centrado nesse dilema dela de ir ou não ir, nem vou mostrar para ela e para os colegas. Fica só o registro.

Poesia para Ana Paula
Kali

Pois ia. E foi mesmo.
Tudo é poesia
Ir, não ir
Partir, voltar.
Andar, parar.
Tudo vale a pena,
Se saudade que ficar
Não for pequena.

Sim, poesia também seria
Se ela não fosse, se ficasse,
Se desse um passo atrás, se voltasse.
Pois se partir é um dilema,
É de partidas que nascem poemas.
E se ficar é um problema,
De fincar raízes nunca morreu um poema.

Não confunda Ana Paula Alves Bravim
Com "Ana Paula! Ah, vens pra mim",
Que ela não pára, sempre está indo
Sempre já foi, nunca está vindo.

Mas confunda, sim, Ana Paula com assistência,
Com competência,
Com inteligência,
Com urgência,
Com diligência,
Com insistência,
Com jurisprudência,
Com paciência,
Com impaciência,
Com incumbência,
Com eficiência,
Com coerência,
Pois ela e esses trem tudo
É tudo, tudo,
Da mesma essência.

E se um dia você se perdeu
atrás de um processo que desapareceu,
Ficou horas nessa novela,
Pensando até em se jogar pela janela,
Agora que ela se foi é que você aprendeu?
É isso mesmo. Era só ter perguntado a ela.

Ana Paula,
Se um dia você nos chamar
Para sua nova cidade mostrar
E ao mais alto monte da cidade
Você nos levar
Para, de lá, a gente tudo admirar,
Estaremos à sua mercê.
Mas se em vez de olharmos para a cidade,
Ficarmos olhando para vosmicê,
É porque admirável,
Admirável mesmo, é você.

Boa sorte, AP.

2. Táxi na 3ª Ponte.


Imagem: TrackLens - Por do sol na 3ª Ponte

Acontece que minha carteira de motorista havia vencido fazia tempo e eu nem tinha percecebido. Desde fevereiro. A menina do Banco do Brasil que me avisou, quando apresentei a carteira para me identificar. "Você está dirigindo com essa carteira?". "Não, às vezes eu a esqueço em casa", brinquei.

Então, até renovar a dita cuja, o negócio é deixar o carro de lado, embora eu goste de colocá-lo na garagem sempre de frente. Vou lá eu, então, para o ponto de ônibus. Como o bicho demorava e eu tinha horário, peguei um táxi na pracinha de Vila Velha para ir até a Praia do Canto, em Vitória. Escolhi um motorista que era um senhor de idade, uma figura respeitável.

Logo na saída:
Eu: "O senhor vai por aí? Não é melhor ir pela Champagnat?"
O senhor motorista respeitável: "É que por aqui eu pego direto a subida da ponte."
Eu: "Então vai pela Champagnat, que é mais perto."

No pedágio, o filho da puta do respeitável senhor entra na fila do pedágio, enquanto os ônibus passavam zunindo do lado, pela via expressa.

Eu:"A gente pega táxi para ir mais rápido e fica preso no pedágio, enquanto os ônibus passam direto pelo sistema eletrônico. Por que os motoristas de táxi também não usam a via expressa para ir mais rápido?" (como se eu não soubesse a resposta: "para o taxímetro girar mais, seu idiota!").
O respeitável senhor taxista não disse nada.

Depois querem desenvolver o turismo do Espírito Santo, essas autoridades de araque daqui. Uma merda dessa, eles não vêem. Tem muitas outras. Mas por que não obrigam esses taxistas sem-vergonha a usar a tag no pedágio? Porque não fazem alguma coisa para reduzir essa mentalidade mesquinha, pobre e provinciana que cobre o meu Estado de Norte a Sul e de Leste a Oeste? Eu mesmo respondo: porque não conseguem superar eles mesmos a própria pobreza de espírito, a própria mesquinharia e o próprio provincianismo que carregam em suas condenadas almas. São tão sem-vergonhas quanto os motoristas de táxi da minha cidade.

Vou te falar uma coisa. Embora conheça uns dois ou três taxistas muito gente boa, pela classe não dou um tostão. Se dependerem de mim para alimentar os filhos, podem mudar de ramo. Se eu estiver em Vitória e precisar vir para Vila Velha, ou vice-versa, e só existir táxi como meio de transporte, se eu puder ir nadando, eu vou. Ô raça medíocre e desgraçada. Acho que é assim no Brasil todo. Sempre vão pelo pior e mais longo caminho, e sempre vão mais lentos que puderem para pegar sinal fechado. Mas quando voltam para o ponto, passam até por cima da mãe deles. E do Airton Senna, se a alma dele estiver na frente.

Coloquei a foto da 3ª Ponte ao pôr-do-sol para fazer uma relação com o ocaso do nosso turismo.

Aqui tem muita coisa bonita, muito clima bom, muita coisa e tal, mas vender essa imagem que o governo do Estado está tentando vender, esse negócio de "indústria do turismo", "agroturismo", essas coias ufanistas e mentirosas, fala sério...

Tudo cascata. Não existe volume de pessoas para alimentar esse mercado. O capixaba não tem muita vocação para alimentar essa indústria. É muiot caseiro, entendeu? Tanto é verdade, que, em vez de freqüentar os hotéis das montanhas, eles resolveram construir suas próprias casas por lá, vê se pode. E aí, o que acontece? Muita insegurança. Lugares ermos, essas coisas. E que eles fazem? Constróem as casas de montanhas umas perto das outras. Ou seja, reproduzem o ambiente urbano lá perto das nuvens, e os ares da montanha vão pra casa do carai. Ô pobreza de espírito, my God!

E o turista de fora passa por cima disso tudo, de avião, para ir ao Nordeste, ao Sul etc., etc., onde encontra mais opções e menos mesquinharia. E nosso turismo vai se afundando. Veja por exemplo, o...

3. Hotel Aroso

Esse suntuoso hotel que fica nas montanhas capixabas, na região de Pedra Azul, Domingos Martins é (nessas alturas, pode-se dizer que "já foi") a referência do "turismo de montanha" do meu querido Estado. Será leiloado esta semana. Quebrou. Os donos não conseguem pagar o empréstimo do Bandes, Banco de desenvolvimento do Espírito Santo captado para sua construção, vê se pode. Bem, pelo menos, deve valer o preço de dois Paternons, pela cara. Muito cafona, por sinal.

Bem, se é verdade o que um amigo meu me contou, tem mais é que quebrar mesmo. Ele me disse que, hospedado nesse hotel de luxo, pediu no jantar uma sopa bem legal e quentinha por causa do frio e aí serviram uma dessas Knorr instantânea...

4. Governo Paulo Hartung

O fato é que esse governo é a maior mentira já contada por aqui. Maior porque, embora os anteriores também tenham sido grandiosas mentiras, ninguém acreditava mesmo, e nesse, todo mundo crê. Se Paulo Hartung fosse um pastor, o governo dele seria uma Igreja Universal do Reino de Deus e seu eleitorado os encapetados e problemáticos. Foi o governador eleito com o maior percentual em todo o Brasil, 67% dos votos válidos, se não me engano. Então.

Agora olha um pouco da realidade desse governo. Dias atrás saiu no jornal A Gazeta que ele iria aumentar o salário dos médicos. Até aí, tudo bem. Mas sabe qual é o salário de um médico no 5º ano de seu governo? Para seu governo, coisa de uns R$ 1.250,00. Com o aumento, vai para 2 mil e algumas merrecas.

Paulo Hartung é bom para criar cargos em comissão, e pagá-los bem. Nisso ele é. Cargos em comissão, todo mundo já sabe, são aqueles criados para burlar concurso público, ou seja, os que podem ser ocupados sem precisar fazer concurso. Basta ser afilhado político de um político que está por cima. Ou ser apenas afilhado simplesmente. "Neste primeiro ano de seu segundo mandato, o governador Paulo Hartung (PMDB) já criou 534 cargos que podem ser preenchidos sem concurso público para o Poder Executivo. O número é mais da metade dos cargos comissionados criados nos quatro anos de seu primeiro mandato." (jornal A Gazeta de hoje, dia 12/08/2007, dia do papai).

E é o governo mais aprovado do Brasil. Imagine o resto.

5. Pedra repulsiva

Apesar de criticar o turismo capixaba, eu procuro ajudar, dentro das minhas possibilidades. Passei o final de semana anterior a este nas montanhas. E lá eu encontrei uma coisa curiosa. Uma pedra que, se você chegar perto, ela te joga longe. Taí a foto que não me deixa mentir. Impressionante!

É claro que depois dessa eu tratei de me retirar das proximidades, né? Nesta foto ao lado estou subindo a ladeira para chegar até o chalé. Muito bonita essa região toda. Pena que o capixaba não saiba valorizar, proteger e cuidar disso tudo. Muito desmatamento, muito agrotóxico, muita pequenez, muita ganância, muito eucalipto... Um amigo panamenho me disse certa vez que o turismo do espírito santo não precisa de inimigos. Já tem o capixaba. Os caras constróem em cima da areia da praia, para vocês terem uma idéia. É muita irracionalidade e falta de respeito com a natureza e com a própria sociedade. Há uma mentalidade de lucro fácil. O capixaba inundou suas praias com barracas sombrias e imundas. E no campo, a natureza não resiste ao desmatamento e à invasão de tropas estrangeiras perfiladas, as plantações de eucaliptos, que vão tomando o lugar dos nossos bosques mais garridos. Uma lástima.

6. Quebradeira planetária

Vocês estão vendo essa queda geral das bolsas? Que coisa, hein! E tome dinheiro dos Bancos Centrais para tentar deter a crise. Sabe o que isso significa? Dinheiro público para bancar banqueiros e investidores. Para ser mais claro, dinheiro do povo para as classes burguesas. Para ser mais claro ainda, dinheiro dos pobres para os ricos.

O céu está desabando. E não adianta correr. Não há lugar seguro. No atual estágio de desenvolvimento mundial, o firmamento todo é capitalista.

7. Dias dos Pais

Em homenagem a esse dia que chega ao fim, minha singela homenagem aos pais com duas belas imagens de filhotes com animais, as criaturas mais humanas da terra. Clique nas fotos para ver mais de perto.

Hoje o Dia dos Pais se resume a visitas ao shopping para compras. Paciência.

Eu tinha outras coisas para dizer, mas vou ficar por aqui. São 23:21h de um domingo em que eu fiz três gols nas areias da praia da Costa. Faria mais se não tivesse levado uma porrada no joelho, que me tirou de campo. Como dói! Ai!

Kali.
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Não falo de mim,
mas do mundo,
bem mais importante
e interessante.
Quiçá, mais bonito :Þ

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