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sexta-feira, 24 de março de 2006

Mondicoisa

Hoje eu fiz um post grandão. Mas não se preocupem. Dá pra ler durante o fim de semana. Tem até um conto no meio. Se você conseguir chegar ao final, não se esqueça de deixar um comentário. Pois só vou publicar outro post quando tiver pelo menos uns 26 comentários, tá bom?

Assim será.

A não ser que não seja, claro.

1. Mulher e futebol

Sábado passado bati meu próprio recorde. Às 9h da manhã estava na Praia da Costa jogando bola. À 1h da tarde já estava no campo do Tupi para o jogo que começaria às 2h. Lá pelas 4h, direto do Tupi, já estava de novo na Praia da Costa para um futebol de areia que só terminou lá pelas 7h da noite. Mas não se preocupe: no Domingo teve mais, claro. Quarta e quinta também jogo à noite, futebol Society, no Gauchão, em Campo Grande.

Algum problema, não, né? Ah, bom. Primeiro, que eu gosto de jogar bola. Segundo, que o futebol me dá uma forma e uma conpleição física invejáveis, melhor que as academias que dão aos rapazes troncos largos, pernas bambas e bundas moles. E nenhuma resistência física.

Sobre essa fomeagem de bola, uma vez, olhando para o céu no campo do Tupi, 1h da tarde, um sol de torrar amendoim na laje, falei uma coisa para meus companheiros que fez todos rirem:

- Cara, a gente precisa ser muito fominha pra jogar num horário desse. Se fosse feito um teste colocando uma mulher pelada deitada ao lado de uma bola de futebol, todo mundo daqui voaria em cima da bola, com certeza!

Claro que isso foi uma piada, né. Pelo menos no meu caso, claro que eu pularia em cima da mulher nua.

Eu hein! Não se pode bobear. Vai que ela tá aí só pra roubar a bola.

2. Do Amor e Outros Demônios

Acabei de ler esse livro de Gabriel García Márquez. Ambientado na América Latina, na época da colônias espanholas, conta a história de Sierva María de Todos los Ángeles, uma menina mordida por um cachorro raivoso e que, ao nascer, a mulher negra que dela cuidou prometeu a seus santos que, se lhe fosse concedida a graça de viver não se cortaria o cabelo dela até a noite de seu casamento.

Um pequeno trecho:

...
   Cayetano, meio de brincadeira, e meio a sério, se atreveu a soltar o cordão do espartilho de Siverva María. Ela protegeu o peito com as duas mãos; houve uma chispa de raiva em seus olhos e uma rajada de rubor lhe incediou o rosot. Cayetano lhe agarrou as mão som o poelgar e o indicador, comk se estivessem em fogo vivo, e as afastou do peito. Ela tentou resistir, e ele lhe opôs uma força terna, mas resoluta.
   - Repete comigo - disse: - "Enfim a vossas mãos hei chegado."
   Ela Obedeceu.
    - "Onde sei que hei de morrer" - prosseguiu ele, enquanto abria o espartilho com seus dedos gelados. Ela repetiu quase sem voz, trêmula de medo:
   - "Para que só em mim seja provado o quanto corta uma espada num rendido."
   Então ele a beijou nos lábios pela primeira vez. O corpo de Siver María esrtremeceu com um gemido, e ela soltou uma tênue brisa marinha e se abandonou à própria sorte...

Sem comentários, a não ser um único: quando Gabriel García Márquez começa a escrever, o mundo deveria fazer silêncio.

3. Do demônio Elvis e outros cantores

Não tem aquele cantor de rock que fez horrores de sucesso nas décadas de 50, 60 e mesmo na de 70? Então. É, o Rei do Rock, isso, isso. Calhou de cair um DV Dele em minhas mãos. ALOHA FROM HAVAII, edição de luxo com 2 DVD's. São dois shows relaizados em 12 e 14 de janeiro de 1973 (acho que os primeiros transmitidos via satélite para quase todo o mundo). Tem também outras coisas, mas o melhor mesmo é o segundo show, embora o repertório tenha sido praticamento o mesmo do primeiro (no primeiro ele devia estar cansado, sinceramente; não estava muito a fim de cantar, não). Mas ouvir o Rei do Rock & Roll cantar Something, Welcome to My Word, I´ll Remember You e Can't Help Falling In Love é impagável, apesar dos cento e poucos reais que custou o DVD.

Impressionante a voz e a empatia desse cara. Se o ditado "quando um burro fala, o outro abaixa a orelha" estiver correto, então deve-se dizer "quando Elvis canta, os cantores do mundo inteiro deveriam ficar calados." Fala sério.

4. Outras manias

Lembrei-me de outras duas manias que tenho (tudo bem, no post anterior era pra dizer só cinco mesmo). Uma é de chupar limão com sal. Desde pequeno. E tem uma coisa: acho que limão faz crescer, pois cheguei a 1,82m, veja só. Acho que o fato me levou a essa mania foi uma frase que ouvi quando criança, de um amigo meu para outro: "você é feio assim mesmo ou tá chupando limão?". Acho que é uma precaução para o caso de alguém dizer que sou feio. Freud explica. Mas é bom e saudável. Ser feio? Não, eu tô falando de chupar limão, tá ligado?

Outra mania que tenho é produzir um som soprando nas mãos em formato de concha (mais ou menos como esses dois aí de cima estão tentando fazer e não conseguem). Sai um som parecido com o canto de um corvo ou de uma coruja, sei lá, dependendo de qual bicho estiver mais cavernoso. E faço isso em todos os lugares. No serviço, na rua, na chuva, na fazenda, ou numa casinha de sapê. O som produzido é muito legal. O problema é que só eu acho isso. Um dia, um colega meu me perguntou:

- "Por que você faz isso, Kali?". Eu respondi:

- "É meu canto para atrair fêmeas. Mas devo estar cantando desafinado porque só tá aparecendo veado!". Quaquaraquaquá.... ´D... Eu ri muito da cara dele viu, ri mesmo. Rarará... tô rindo até agora.

5. On the beach

Boa parte desse post foi feito sobre as areias da praia. Praia da Costa, m ais exatamente. O problema é o seguinte, dois pontos. Ô praia imunda essa! De longe, tudo bem, mas chegando perto, você não vê um palmo sem detritos. Palito de picolé, guimba de cigarro, tampa de garrafa, plásticos, restos de comida... tudo quanto é imundície. Tá, a prefeitura passa um trator, limpando. Mas só pega o grosso: absorventes femininos, fraldas descartáveis... "Kali, Você só pode estar de sacanagem!". Então vem ver, mané!

E pensar que o ser humano (entenda-se: os moradores de Vila Velha e visitantes) encontraram a porra dessa praia limpinha, branquinha... Tá ficando até com uma cor meio amarronzada, por causa da matéria orgânica jogada. Vergonha. Acho que a areia só não está toda preta porque o mar vem toda noite limpar, lambendo-a carinhosamente. Depois os índios, que consideravam a Lua, as praias, os mare sagrados, é que são os atrasados. Fala sério! Tô com muita raiva! Estava pensando até em fundar uma ONG para lutar pela limpeza das praias, mas... sinceridade? Acho que não tem mais jeito não.

Porra! No sábado, NO CAMPO DE FUTEBOL TINHA MERDA DE CACHORRO! Nós, os trogloditas adeptos do violento esporte bretão é que tivemos que limpar. O que é isso? Campo de futebol é lugar sagrado! Parem com isso, cambada de porcalhões! Se eu tivesse visto o cachorro fazendo aquilo eu, falaria para o dono ou para a dona:

- Ei! Não vai cagar também, não?

Que coisa! Todo sábado e domingo à tarde, quando vamos jogar bola, temos que limpar o campo de restos de comida e o diabo. O filho da puta do dono da barraca coloca as mesas na areia da praia, dentro do campo, para ganhar dinheiro, como se o espaço público fosse dele. E os consumidores - que devem ser irmãos do dono da barraca, porque também são filhos da puta - jogam tudo o que é porcaria na areia. Vão pro inferno! Um amigo meu me disse que uma vez em Camburi (e foi na Barraca do Loiola, a mais badaladas delas) sentou à mesa e pediu ao garçom para limpá-la, pois estava suja, com pratos e restos de comida. Sabem o que o desgraçado fez? Tirou os pratos. Os restos que estava sobre a mesa ele jogou tudo com a mão sobre a areia da praia. F-I-L-H-O D-E U-M-A P-U-T-A!!!!

Não tem aquela famosa frase de Euclides da Cunha, "O NORDESTINO É ANTES DE TUDO UM FORTE"? Então. Anota aí, agora, uma frase que também vai ficar na História. Talvez até perguntem pelo autor no próximo vestibular da Ufes. Se perguntarem, digam que foi Kali, eu garanto:

O CAPIXABA É ANTES DE TUDO UM PORCO.

Com a importante colaboração dos turistas mineiros e cariocas, diga-se de passagem, sem a qual, o processo de emporcalhamento das praias capixaba teria sido muito mais difícil.

photo.net

6. Um conto

DUETOS Kali

Estudante de Odontologia, ela tinha 25 anos e, prenhe de paixão e admiração por ele, lhe disse que nunca havia transado com nenhum homem. Disse que gostaria de ter sua primeira relação sexual com uma pessoa especial de quem gostasse muito. "É. Eu espero meu príncipe encantado, sim." Ele ficou surpreso e ao mesmo tempo tocado, agradecendo a confiança de lhe confessar um coisa tão íntima no primeiro encontro. Louise era o nome dela; Fábio, o dele.

Embora já se conhecessem há algum tempo e trocado carinhosos elogios, era a primeira vez que ficavam a sós. Dentro de um carro, numa estrada, sentiam-se quase à vontade, não fossem duas questões quase intransponíveis: o perigo de serem assaltados e o fato de ele ser casado.

Mas o papo rolou entre falas e beijos. Ela confessou que era muito difícil para ela namorar um homem casado. Sua formação católica criava uma confusão enorme em sua cabeça, embora quisesse estar exatamente naquele lugar e em nenhum outro, mas evitava que ele tocasse em seus seios. Chego a morder sua mão, à brinca. Ela disse ainda que uma ou outra amiga de faculdade enfrentava uma situação dessas numa boa, pois conseguiam separar o que consideravam a vida de um momento, de um momento da vida, mas ela não. Era muito difícil. Ele quis tranquilizá-la com o argumento de suas amigas conseguiam aquilo porque, para elas, o importante é extrair de cada instante a sua própria magia, sua própria beleza. Disse, que independente de tudo o mais, o desejo é belo, poético. Disse ainda para ela que para ele também era difícil porque tinha uma esposa maravilhosa e que amava. Mas a fala não foi mais convincente que mais um beijo em sua boca, que ela, no início, tentou de toda forma evitar, mas que agora não mais continha.

- Você não pensa em sua mulher?
- A todo instante. Já pensou se ela aparece aqui?

Ela sabia de suas brincadeiras irônicas e sorriu um sorriso meio abatido, meio confuso. Só sabia de uma coisa: estava perdidamente apaixonada.

- Como é o nome dela?
- Fernanda.

Ele abraçou-a e, entre sério e distante, lhe propôs irem a um motel. "Não, não para transar com você, apesar de desejar muito, mas te mostrar algumas coisas que você vai precisar saber quando encontrar com o seu príncipe. O que acha?"

Ela o olhou com meiguice. Tinha muita confiança nele. Topou.

E para lá se foram. Os carinhos e os "ensinamentos" dos toques e das posições foram tomando as proporções que a situação gritava. Já não se importava de que lhe pegasse nos seios. Já não estavam mais vestidos. Não suportaram. Se entregaram, um querendo devorar o outro.

- "Foi maravilhoso", disse ele ao deixá-la em casa.

- "Te adoro!", respondeu ao ir embora.

Teria sido realmente maravilhosa aquela tarde romântica, não fosse por um detalhe: Helena e Gilmar era um casal amigo de longa data de Fábio e Fernanda. Então. Um amigo de Gilmar viu quando Fábio e Louise entravam no motel. E esse amigo comentou o fato com Gilmar, pedindo segredo, pois também conhecia Fábio e não queria causar confusão. Gilmar realmente guardou segredo, mas o problema é que, numa reunião, Helena ouviu Fábio e Gilmar comentando o assunto.

No dia seguinte, o celular de Fábio toca. Era Helena.

- Preciso conversar com você urgente! E em particular!
- Pode adiantar o assunto?
- Não.
- Tudo bem, pode marcar.

Combinaram o encontro. Helena foi direta e incisiva:

- Estou sabendo que você foi para um motel com uma garota. Te viram. Não vá negar!
- ...
- Se você não me comer também, eu conto tudo para a Fernanda.

Fecha-se o pano e apagam-se as luzes.

7. Um poema

LEITURA CÁLIDA Kali

Quando te li, vi a graça das palavras
Quando te li, vi a ironia mais deslavada
Quando te li, vi a desgraça mais engraçada
Quando te li, vi a inteligência mais aguçada.

Quando te li, vi a vida viva
Ardente
caliente,
Calorenta,
Calorosa,
Calorínea.

Mas quem virou a última página
Não fui eu
De um dedo molhado
Em saliva febril.
Virou sozinha, à deriva
De um vento frio

8. Um samba

Acontece que caiu também em minhas mãos o DVD Casa de Samba. Muito legal. Mas tem um samba cantado por Cássia Eller e Noite Ilustrada que é lindo, lindo, lindo. Do samba eu tô falando, não do Noite Ilustrada, ta´ ligado?

Então. A música é VOCÊ PASSA E EU ACHO GRAÇA. Tem expressões lindas como "Sem saber que era nada, fiz meu tudo de você", "dentro em mim", "nosso amor foi uma jura, que morreu sem oração" e "quis fazer você a flor de um jardim somente meu"
. É de Ataulfo Alves (se eu fosse você, eu ouviria essa música; a propósito, estou digitando ao som da dita cuja - show de bola). Deveriam ensinar nas escolas essa música.

VOCÊ PASSA E EU ACHO GRAÇA Ataulfo Alves

Quis você pra meu amor,
Mas você não entendeu,
Quis fazer você a flor,
De um jardim somente meu,
Quis lhe dar toda ternura,
Que havia dentro em mim,
Você foi a criatura,
Que me fez tão triste assim.

Ah! Agora,
Você passa eu acho graça,
Nessa vida tudo passa,
E você também passou,
Entre as flores,
Você era a mais bela,
Minha rosa amarela,
Que desbotou, perdeu a cor.

Lá, lá, lálá, láiá...
Tanta volta o mundo dá,
Nesse mundo eu já rodei,
Voltei ao mesmo lugar,
Onde um dia te encontrei,
Minha musa, minha lira,
Minha doce inspiração,
Seu amor foi a mentira,
Que quebrou meu violão,
Seu jogo, é carta marcada,
Me enganei, não sei porque,
Sem saber que era nada,
Fiz meu tudo de você,
Pra você fui a aventura,
Você foi minha ilusão,
Nosso amor foi uma jura,
Que morreu sem oração.

E agora,
Você passa eu acho graça,
Nessa vida tudo passa,
E você também passou,
Entre as flores,
Você era a mais bela,
Minha rosa amarela,
Que desfolhou, perdeu a cor.
Lá, lá, lálá, láiá......

Kali.
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Não falo de mim,
mas do mundo,
bem mais importante
e interessante.
Quiçá, mais bonito :Þ

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