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quarta-feira, 11 de maio de 2005

Um protesto, um filme e as religiões.

"Sonho que se sonha só é sonho.
Sonho que se sonha junto é realidade."

Vou falar sobre um filme que assisti. Antes porém, um comentário que não pode deixar de ser feito. Eu já publiquei aqui um post a respeito de um ato contra a liberdade de expressão na minha empresa, onde o presidente proibiu um colega de usar por um mês o ICQ interno. Mostrei a carta aberta que enviei ao presidente protestando pela atitude (até hoje sem resposta).

Então. Não dá para ficar calado diante da condenação do jornalista Jorge Kajuru (independente das besteiras que ele fala), da decisão judicial que censurou e mandou recolher o livro de Fernando Morais e da cartilha do politicamente correto do governo Lula. Vejam aqui um texto sobre essas decisões absurdas e inaceitáveis. "Censura já morreu! Antes ela do que meu eu"! A maior parte da culpa por essa volta escandalosa da censura deve-se a Lula e ao PT, pelo espaço que estão abrindo no governo e no poder para a direita severina e pela maldita tentativa de edição da cartilha idiota. Vergonhoso. Dênia, obrigado pelo texto.

O filme:


Acontece que no domingo fui ver Cruzadas. Sinceramente, eu não esperava grandes coisas além dos efeitos especiais, vacinado que estava com Tróia e também do que li e ouvi a respeito de Alexandre e que fiz questão de não assistir. Dois filmes igualmente históricos, a exemplo de Cruzadas. Pensei que fosse ver mais uma propaganda da duvidosa supremacia dos valores ocidentais sobre os orientais.

Só que eu estava me esquecendo de um pequeno, mas decisivo detalhe: o diretor do filme era Ridley Scott. Realmente, você sempre deve esperar alguma coisa de boa de um cara que fez um filme como Blade Runner (a cena da morte do andróide no final desse filme é de um humanismo e de uma celebração à vida fora do comum. Impressionante e emocionante).

Resumindo. Não que eu tenha achado o filme a maravilha das maravilhas. Os efeitos especiais são bem feitos, tirando o excesso de flechas e o tamanho gigantesco do exército de Saladino (vai ver que era imenso mesmo e eu não tô sabendo; mas o som das flechas riscando o ar é muito legal). A propósito, a grande quantidade de flechas me fez lembrar um diálogo entre um general grego e outro persa (ou entre um general ateniense e outro espartano, sei lá; também não me lembro tanto assim, né?). Foi mais ou menos desse jeito:

O general persa para o general grego: - "Tenho tantos guerreiros que nossas flexas cobrirão os céus!".

A resposta do general grego: "Melhor! Lutaremos na sombra!"

Então. O que achei interessante no filme foi o que não apareceu muito, o que Ridley Scott não deixou transparecer, o que ele tratou de forma subliminar, mas com muita habilidade e competência. Ridley Scott foi fiel ao seu humanismo e bastante crítico em relação à religiões em geral, embora bem sutil e de ter tratado de forma bem respeitosa o islamismo, mais do que ao próprio cristianismo (mas isso não interessa, pois não foi esse o foco de suas lentes).

Eu penso o seguinte: não foi à toa que ele colocou um leproso como rei dos cristãos em Jerusalém. Ora, não é curioso que o líder de um povo que tem como guia espiritual um homem cuja divindade se revela principalmente na cura dos doentes, em especial a cura da lepra, seja... LEPROSO? Como é que um líder de um povo cristão poderia ser leproso? Entenderam a prozaica sutileza do cineasta?

Por outro lado, o mocinho do filme não tinha fé, nem o demonstrava, isso ficou bem claro. Porém, era de um humanismo à toda prova. Resistiu e lutou contra o exército muçulmano não pela crença numa religião ou em Jesus Cristo, mas para salvar as mulheres, crianças e todo seu povo, que fatalmente seria massacrado se não lutasse o bastante para obter um acordo com Saladino. Essa era sua religião. Quase no final, a cena em que Saladino coloca de pé uma cruz que estava jogada ao chão, mostra reverência ao catolicismo não por causa dos valores da religião em si, mas pelo valor humano do adversário que enfrentou. Show de bola.

Para Ridley Scott, o Reino dos Céus (o título original do filme é Kingdom of Heaven) está dentro do próprio homem, não fora dele. Se para a religião cristã Deus se fez homem, para Ridley Scott o homem pode se fazer divino. Essa é a lição do filme, na minha opinião.

Enquanto isso, Jerusalém, cidade sagrada para cristãos, judeus e muçulmanos, segue sua história de sangue e de lágrimas.

Talvez se toda humanidade fosse atéia, Jerusalém apresentasse hoje uma face mais humana. Menos hipócrita seria, com certeza.

Imagino, como Ridley Scott e John Lennon, um mundo sem religiões.

Desejo que um dia você se junte a nós.

Quem sabe assim o mundo, um dia, não será como um só?

Kali.
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Não falo de mim,
mas do mundo,
bem mais importante
e interessante.
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