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segunda-feira, 15 de novembro de 2004

O Vital e um teste

Acontece que Vitória tem o Vital, carnaval fora de época. Micareta, como chamam. Acabou ontem. Passo longe. Hoje eu estava lendo nos jornais as notícias sobre esse troço. Brigas, tiroteios, bebedeiras, mais brigas, mais tiroteio, pancadaria, roubos, assaltos, mais porradaria...

Mas o problema não é o Vital em si. Não mesmo. O problema é a segregação social que existe fora, antes e depois do Vital, e independente dele. No Vital, essa segregação apenas se evidencia e o conflito se manifesta. O Vital, como outro Carnaval fora de época, é um exemplo de como se operou a apropriação capitalista de uma festa popular, o Carnaval, criada pelos pobres, retirando-a do calendário e dos seus donos originais, excluindo estes da festa com o objetivo de se ganhar dinheiro às custas da exploração de quem antes era dono da folia e agora não passa de meros espectadores. Às custas também do patrimônio público e em favor do delírio de uma minoria inculta e bela chamada classe média.

Vejam só. Os que não podem pagar, ficam na chamada zona da "Pipoca", onde o vento e o trio elétrico fazem a curva. É quando aproveitam a rebarba do som para pular. Daí o nome. Aí eles se movimentam. Movimento dos Sem-abadá. E ficam separados os "ricos" dos "pobres" (entre aspas, porque nem uns são tão ricos assim, nem outros talvez sejam tão pobres, e talvez ambos os grupos sejam vítimas de um mesmo sistema). Entre um grupo e outro, a corda e os "cordeiros" segurando-a.

Aqui a explicação da exploração de que falei. São contratados adolescentes e idosos (na reportagem, uma senhora de 55 anos) para separar ensandecidos de um lado e de outro, ao "salário" de R$ 13,00 ao dia. São muito vagabundos os organizadores desse folia, não? Não satisfeitos em roubar a festa dos pobres, roubam-lhes a própria dignidade e o pouco da força que ainda lhes restam no organismo. Safados. Pilantras. E tudo isso é feito num espaço público, na avenida da mais importante praia de Vitória, a praia de Camburi, sob as bênçãos do governador e do prefeitos, ilustres representes da classe média, claro.

Decadência total.

Quem sabe, o povo ainda há de resgatar essa festa das mãos desses bandidos e botar todo mundo pra sambar junto de novo, como no passado.

Ontem, quando fui à padaria, vi passando dois garotos com camisas do Vital. Achei estranho porque as duas figuras não correspondiam nem de longe ao tipo de garoto do Vital, sempre o mesmo, por sinal: corpo bombado, cordão pesado pendurado no pescoço, cabelo aparadinho, cara de quem mamãe lambeu etc, etc. Não. Estes garotos eram raquíticos. Nada a ver. Teriam roubado aqueles abadás? Quando passaram por mim é que fui ver que não eram nem foliões, nem ladrões e nem as camisas eram abadás. Nas costas deles estava escrito "cordeiro". E eu pensando que eram lobos.

Acontece que semana passada participei de um curso de motivação promovido pela empresa em que trabalho. Psicologia do trabalho, essas coisas. Interessantes esses cursos. Você fica motivado pra caramba. Pra pegar pelo pescoço o cara que deu a idéia. Tudo bem, você procura tirar algum proveito. E uma coisa que eu gosto é quando passam testes de raciocínio para gente fazer. Esse aqui, por exemplo. Você tinha que descobrir qual a figura que completaria a sequência. Modéstia à parte, fui o único a resolver. Se quiser tentar, taí. Vc já conhecia esse teste? Se não, tente. Vou dar um tempinho pra vc resolver. Um mês tá bom? ;Þ

Kali.
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mas do mundo,
bem mais importante
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