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segunda-feira, 25 de outubro de 2004

Um boletim e um post direto do engarrafamento.

Um texto muito interessante aqui sobre falsos cognatos do Inglês e influências de línguas estrangeiras sobre o português. Muito bom. Aproveitem e assinem o boletim deles. É legal, é de graça e eu não estou ganhando nada com isso.

Acontece que hoje, quando eu ia para o serviço, fiquei preso num engarrafamento monstro (tipo quando Godzila invade a cidade, entendeu?). Tudo parado. Enchi os pulmões de ar (e de pó, que aqui é uma poluição dos infernos) e falei comigo mesmo: "Agora é que eu vou... fazer o post do Blog Kálido!" Peguei de uma caneta e o caderno que estava dentro do carro e comecei a escrever isso que você vai ler agora.

Liguei o som para ouvir umas músicas e viajei. Modo de dizer, claro, pois estava tudo parado. Eu no meio de um viaduto. À minha direita, lá embaixo, casas simples com cadeiras na calçada e na fachada escrita em cima que era um lar lá, lá, lá... e nos varais, roupas comuns dependuradas qual bandeiras agitadas, pareciam um estranho festival . . . festa de trapos coloridos, mostrando que nos bairros mal vestidos é sempre feriado nacional. E eu lá em cima do viaduto plagiando Chico Buarque e Orestes Barbosa...

Ainda à direita, bem acima de mim, das casas e do viaduto, um penhasco de granito iluminado por um sol fantástico. Puxa, eu sempre passava e dava uma olhada pra ele, e agora eu podia ficar admirando. Legal.

As pessoas passando a pé, saindo dos ônibus. Tudo parado.

Do lado esquerdo, um fusca com um coração vermelho pendurado no retrovisor interno. Ao longe, muitos montes, muitos. Espírito Santo, um mar de monte, um monte de mares. Acho legal essa frase. Mais à frente, um carro com um terço pendurado no retrovisor interno. Mais adiante, um carro com um negócio em cima. Ah, era um táxi :Þ.

Também à direita, o estádio onde já joguei bola (por que eu fui estudar, meu Deus?)

O Trânsito anda um pouco. Nova parada. Agora são imensos tanques de óleo que aparecem na janela á esquerda. Músicas de amor na rádio. Ligo para o serviço dizendo que vou me atrasar.

Eu conto os dias, contos as horas pra te ver,
eu não consigo te esquecer...

Já andei uns 600m. Mais um pouco e o post acaba. 50 minutos dentro do carro. Claro que estou atento a tudo enquanto escrevo. Tanto que mudo para a faixa da esquerda que andava mais rápido.

Agora fico sabendo o motivo daquela paradeira geral: greve de ônibus. Fico feliz. A classe trabalhadora está viva. Ainda há uma luz no fim do túnel.

Centenas de pessoas andando a pé. Homens e mulheres, gordos e magros, pretos e brancos, jovens e idosos, solteiros e casados. Pobres, todos eles

E crentes, ateus, fiéis, evangélicos, católicos e luteranos. Todos andando a pé, no sol. Por um instante tenho a impressão de que a classe operária é mais poderosa que Deus.

Depois do viaduto, ainda uma ponte. Uma hora e quinze minutos dentro do carro. Finalmente atravessei a ponte. 9:20h. Duas horas no carro. Na rádio,

Smile, though your heart is aching
Smile, even though it's breaking
When there are clouds in the sky
You'll get by...

E por aí vai.

Kali.
Gostou, assine.



 

 

Não falo de mim,
mas do mundo,
bem mais importante
e interessante.
Quiçá, mais bonito :Þ

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