Ah, Serginho... por kali
Esse coração sofrido
Calar-se assim no teu peito
Impassível, abatido,
Levar ao chão um guerreiro,
Assim desse jeito.
Vai, Serginho,
Mas diz pra Caymmi
Que se é doce morrer no mar,
Nas ondas verdes do mar,
Mais doce é morrer na grama,
Lençol verde e macio,
Do berço esplêndido da fama.
Longe do colo de Iemanjá,
Mas perto dos olhos azoados
Da massa azulada que te ama
Mais doce é morrer na grama
Sob o brado forte da torcida
Que em teu nome implora
Que por tua vida clama
Ecoando num peito calado
Estendido sobre o gramado
Onde um coração parado
De cansaço não mais reclama.
Mais doce é morrer na grama
Emaranhado verde pisoteado,
Chutado, cuspido, rasgado,
Que aos corpos suados
Se faz de amparo da correria insana
E ao corpo tombado acolhe em deleite,
Se faz de leito, se faz de cama.
É doce morrer no mar
Mais doce é morrer na grama
Ter o corpo abraçado
Ter o rosto beijado
Por um campo verde que te ama.