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segunda-feira, 20 de setembro de 2004

Uma lição

Acontece que eu gosto muito de jogar futebol e sempre falo isso. Pois é. Mas acontece que eu estava muito tempo afastado do futebol de campo, pois há mais de um ano, quase dois, a brisa marinha comprou meu passe e resolvi jogar futebol de areia. Tirando a falta de grama, o pé afundando no campo e o esforço em dose dupla, o resto é tudo igual: você tem que jogar uma bola de couro cheia de ar para dentro de dois paus fincados em pé e um atravessado. Mas não é fácil. Tem sempre um cara lá embaixo daqueles paus tentando evitar que a bola entre, o desgraçado do goleiro.

Acontece então que sábado, depois de muito tempo, eu voltei para o futebol de campo (claro que não vou deixar o futebol de areia da praia da Costa, que eu não sou trouxa). Muito legal rever os amigos, felizes com a minha volta.

Mas acontece que aconteceu uma coisa muito docemente acontecida nesse meu retorno aos gramados do Tupy. Eu estava aguardando minha vez de entrar em campo e lá estava o garoto que sempre vai ao campo brincar e quem eu sempre pegava pelas mãos para girá-lo, porque uma vez eu inventei de fazer isso com ele, ele gostou e sempre me pedia para fazer, ("Me roda? Me roda?", era assim que ele sempre falava quando que me via, largando tudo o que estava fazendo, fosse o que fosse) e eu sempre o atendia. Era o Rafael, um garoto com uns seis anos, ruivo, cheio de sardas e muito atentado. Apronta pra cacete lá no campo, mas me dou bem com ele.

Quando ele me viu, ele olhou para mim meio ressabiado e me perguntou:

- Eu te conheço de algum lugar?

Claro que me conhecia, mas me fingi de besta (o que pra mim não é muito difícil). Fazia muito tempo que eu não aparecia por lá e era natural que não se lembrasse totalmente de mim. Apenas lembranças vagas, como são vagas as mentes das crianças.

- "Não sei", respondi.

Eu sabia que, se o pegasse para rodopiá-lo em torno de mim, como sempre fazia, ele se lembraria na mesma hora!

Deixei-o brincando mais um pouco e aí fui até onde ele estava e perguntei:

- Vamos rodar?

Ele ficou sem entender:

- Rodar como?

Aí eu falei:

- Me dá suas mãos!

Naquele exato momento, ele abriu um sorriso naquela cara cheia de sardas e falou:

- Agora já sei quem você é!!!

Aí rodopiei até ele ficar tonto, pra deixar de ser besta ;)

MORAL DA HISTÓRIA: Com esse fato, aprendi uma lição muito importante que pode servir para a vida: as pessoas, mais do que pela imagem de nossas feições que elas guardam na memória, elas se lembram de nós pelos fatos ocorridos, pelas atitudes, pela relação que foi estabelecida.

Portanto, meu caro leitor, minha cara leitora, se você tem uma pessoa de quem você gosta muito, por favor não se esqueça de pegá-la de vez em quando pelas mãos e rodopiá-la no ar. Ela nunca vai te esquecer. Never.

PS: E o desenho lá em cima ficou legal? Eu que fiz, gostou? ("Foi você ou o Rafael? Fala sério, Kali!")

Kali.
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Não falo de mim,
mas do mundo,
bem mais importante
e interessante.
Quiçá, mais bonito :Þ

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