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segunda-feira, 30 de agosto de 2004

Votar ou não votar, eis a questão

Agradeço pelas opiniões contra e favor do voto nulo. Isso me motiva e obriga a falar um pouco mais sobre isso. Vamos lá.

Quanto o assunto é eleição, temos tendência de repetir o discurso dominante e exaltar esse "momento mais importante da democracia". A impressão que sentimos é que, se não votarmos, estamos renunciando ao mais belo e nobre instrumento da civilização humana, conquistado com muito sangue, suor e lágrimas após séculos e séculos de evolução social e de luta contra a tirania e blá, blá, blá.

O negócio não é bem assim. Devemos ver as coisas como elas realmente são e não como a ideologia dominante diz que deve ser. Temos que dar às eleições sua exata dimensão histórica, do contrário, em vez de manipulá-la a favor da maioria, nós é que seremos por ela manipulados, como vem acontecendo nos países afora e no Brasil, especialmente.

Claro que as eleições representaram um avanço em relação ao poder "divino" das monarquias. Isso nem se discute. Mas avanço em que sentido?

No sentido da dominação da burguesia, claro. As eleições democráticas são perfeitas para manter o sistema de exploração burguês, o Capitalismo. Porquê? Porque ela não oferece riscos ao chamado Estado Democrático (exceto quando o povo acha mesmo que pode votar em quem quiser e cisma de eleger alguém que o sistema não admite, como aconteceu com Allende no Chile, e então ocorre um violento golpe de Estado) e, além disso, oferece a justificação moral, política, teórica e filosófica para a manutenção do sistema de exploração humana e da dominação do Capital sobre a sociedade.

Isso porque o voto universal torna as desigualdades sociais uma ficção de igualdade. No voto que elege nossos representantes todos são iguais, todos têm o mesmo peso. O voto de um ateu vale o mesmo que o do crente, o voto do velho é igual ao do moço, da mulher ao do homem. E o voto do rico vale o mesmo que o do pobre.

Então acontece o pulo do gato: como são todos livres e iguais para eleger quem quer que seja, ninguém pode reclamar. O sistema é justo, democrático, perfeito.

É o que parece. Mas não é. Quanto às desigualdades naturais, tudo bem. Não se poderá discriminar o voto de um negro do de um branco. Seria puro atraso. Mas só poderemos falar em eleições livres e em igualdade política quando existir de fato a igualdade material, concreta, econômica, caso contrário, as eleições serão mera barganha entre quem quer o voto e quem precisa de um emprego ou um pedaço de pão para continuar a viver. Ainda mais num país como o nosso, onde a fossa que separa pobres e ricos só será mesmo superada por uma revolução social, jamais por um voto comprado.

Outra coisa: o voto nunca provocou grandes mudanças sociais. Ao contrário. Ele veio ao mundo por causa delas, e não as mudanças através dele.

Por isso eu acho que a atuação direta das pessoas ou das massas na luta por melhores condições de vida e de trabalho será muito mais eficiente do que qualquer eleição. Para mim, uma tortada na cara de um político oportunista é muito mais eficiente e transformador que o voto que deram nele. Uma greve de trabalhadores contra salários miseráveis será sempre mais eficaz do que milhares de voto num sindicalista eleito para defender esses interesses. E um voto nulo será muito mais importante para mostrar um descontentamento do que um voto válido dado em quem se propõe a mudar o sistema mas que já está enquadrado nele.

Quero deixar claro que defendo o voto nulo diante do atual estado de coisas, onde a falta de opção é total. É claro que, se numa eleição existir uma força política que propõe um Estado totalitário, vou defender o voto contra tal força e lutar contra o voto nulo. Meu voto nulo é circunstancial, não dogmático.

É que, vendo os candidatos que se apresentam, dá vontade de chorar. E, por enquanto, eu tô é mesmo a fim de rir. Dá licença? :)

Kali.
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mas do mundo,
bem mais importante
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