quinta-feira, 11 de março de 2004
Divagações em meio ao afogadilho
(Com trechos da música Viagem, de João de Aquino e Paulo Cezar pinheiro)
Estudando, estudando, estudando.
Feito um burro.
E, agora, indo prestar uma prova.
E isso lá é coisa que se preste?
Porém vou...
...
Mas volto!
Que a Poesia volte comigo, ao menos.
Não.
Ela não faz provas.
Que ela então me espere do lado de fora.
- E então? Vamos embora?
- Agora! E a prova? Terminou na hora?
- Ah, Poesia! Só sabes rimar?
- Não! Também sei fazer rir! E sei também fazer chorar!
- Então vamos, que o professor pode perceber.
- Perceber o quê, Kali, podes me dizer?
- Que eu escrevi na folha "a prova tá boa, mas tenho que ir!"
- E para onde tão breve tinhas que partir?
- Para encontrar-me com uma amiga que só sabe rimar e perguntar.
- Então vamos! Vamos viajar! Vamos indo de carona na garupa leve do vento macio que vem caminhando desde muito longe lá do fim do mar! Vamos visitar a estrela da manhã raiada que pensei perdida pela madrugada, mas que vai escondida querendo brincar...
- Minha Poesia, anda, se prepara, traz uma cantiga, vamos espalhando música no ar! Olha quantas aves brancas, minha Poesia, dançam nossa valsa pelo céu que um dia fez todo bordado de raios de sol. Mas pode ficar tranqüila, minha Poesia, pois nós só voltaremos numa estrela-guia, num clarão de lua quando serenar. Ou talvez até quem sabe nós só voltaremos no cavalo baio, no alazão da noite cujo nome é raio...
- Raio de luar.
- Isso!
- Chouriço!
- Hahahaha.