Poemas kálidos:

A Lenda do Beijo
A Mulher que Namorou o Tempo
Aldeia Global
Evolução
Lábios Trêmulos
Poema do Ciúme
Poesia Concreta
Poema do Blogueiro
Cachorra
 

       
Contos kálidos:


A Repulsa
Duetos
Os Olhos do Velho
Tempestade de Neve



Águas passadas 

2002

jan fev mar abr
mai jun jul

ago

set

out

nov

dez

2003

janfev mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2004

jan fev mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2005

jan fev mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2006

jan fev mar abr
mai jun jul ago

set

out

nov

dez

2007

jan fev mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2008

jan

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2009

jan

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2010

jan

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2011

jan

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2012

fev

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

 



Blogs:

 
(Selo que concedo
aos blogs que admiro)

Recebi:

Visitantes:

Powered by Blogger

 

 

quarta-feira, 9 de abril de 2003

A Guerra do Iraque e o Capitalismo

O banho de sangue promovido por Bush e seu bando nas terras históricas da Mesopotâmia traz algumas lições importantes àqueles que conseguem enxergar nessa guerra um pouco mais do que a encenação de uma caça a um ditador e às suas armas químicas.

De uma forma mais evidente do que nas duas Guerras Mundiais, o capitalismo mostra ao mundo sua face de horror. Se nas duas Grandes Guerras havia a disputa de mercado entre potências para "justificar" a carnificina de milhões de trabalhadores em nome da burguesia e do capitalismo, a Guerra do Iraque mostra que já não é necessário tanto e que guerra de conquista faz parte da própria essência do Capital, de sua necessidade imperiosa de expansão, de sede insaciável e vital de subjugar povos e mercados.

Uma outra conclusão importante, decorrente dessa primeira, é que a demonstração de força do governo Bush vem exatamente da fraqueza atual da economia americana que o obriga a obter pelas bombas o que o sistema econômico por si só já não consegue pelos métodos normais das leis de mercado dada a crise em que o sistema como um todo está mergulhado. As bolsas demonstram isso claramente.

Mas apesar de toda essa pujança assassina, não há saídas para o capitalismo. Essa e outras guerras que virão apenas farão prolongar a agonia desse sistema econômico que, por suas contradições insuperáveis, hoje só pode oferecer insegurança, violência, terror, fome, desespero e morte à humanidade.

Que contradições intransponíveis são essas?

O Capitalismo, desde que nasceu, só consegue se desenvolver gerando situações que o levarão ao seu próprio colapso e à necessidade de sua substituição por um outro sistema econômico. O Capitalismo cria seus próprios coveiros, no dizer de Marx. Vamos ver uma dessas contradições num exemplo bem simples.

Suponhamos uma empresa com 8 operários trabalhando 8 horas por dia. Temos aí uma produção de 64 horas de trabalho/dia. Suponhamos agora que essa empresa, através de investimentos e inovações tecnológicas em sua produção (isso é imperioso para ela se manter no mercado) consiga obter a mesma produção com 48 horas de trabalho/dia, em vez de 64. Suponhamos ainda que o volume dessa produção deva ser mantido, considerando as condições de mercado.

O que acontecerá? Acontecerá o que sempre aconteceu, sempre acontece e sempre acontecerá num sistema capitalista: em vez de o empresário manter os oito operários trabalhanho agora numa jornada reduzida de 6 horas, obtendo as 48 horas de trabalho necessárias, ele dará um pé na bunda em dois operários e manterá os outros seis trabalhando as mesmas oito horas de sempre, totalizando as 48 horas de que precisa. Aí sim, o empresário poderá vender sua mercadoria por um preço menor pois usa agora menos operários do que usava antes. Amplie-se esse caso para sua cidade, para seu país e para o mundo e verá a razão e a realidade de tanta miséria e violência e porque vamos chegar a um momento insustentável. Se quiser ter melhor percepção dessa realidade, é só abrir a janela.

O problema insolúvel está aí: pensando que está se salvando, o capitalista e o capitalismo está cada vez mais indo para um beco sem saída, pois o operário a quem ele pagava um salário mas despediu era aquele mesmo que comprava sua mercadoria, que permitia que o capitalista a vendesse. Hoje o empresário olha sua mercadoria encalhada nas prateleiras e fica se perguntando "meu Deus, o que está acontecendo?".

Deus não tem nada a haver com isso. O demônio, com certeza.

O Capitalismo é um dentista desempregado ao lado de um pobre desdentado, sem que um nada possa fazer pelo outro. Eis o retrato do Capitalismo. O ser humano é o limite do outro, não o seu complemento.

Kali.
Gostou, assine.



 

 

Não falo de mim,
mas do mundo,
bem mais importante
e interessante.
Quiçá, mais bonito :Þ

Creative Commons License

Blog Kálido, escrito por kali, é licenciado sob as seguintes condições:
Creative Commons:
Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas
2.5 Brasil License
.

 



Clique
nos cartões abaixo
para ver os diálogos.

imagens:
Kim Anderson
textos: kali