A DESPEDIDA - FIM
Nesse abraço eu mais senti ser abraçada do que abracei. Ele me deu um beijo carinhoso no pescoço, então peguei a carta que eu havia escrito e a entreguei a ele. Ele me disse que a minha estava no banco de trás do carro. Olhei o nos olhos através dos óculos, meus olhos estavam marejados de lágrimas e eu sentia minhas pernas ficarem bambas.
Entrei no carro e sorri para ele uma última vez e ele me sorriu de volta, e eu li seus lábios enquanto ele falava.
(...) Parei alguns metros na frente, e peguei o que ele havia escrito para mim, comecei a ler...
Quando eu terminei estava completamente descontrolada. Dormente. Eu estava dirigindo mais nem sabia ao certo para onde... Saí do aeroporto, de repente me veio a cabeça que eu não o tinha abraçado, que eu não o tinha beijado como eu queria, como meu coração necessitava... senti uma pontada no coração, e quando li a placa RETORNO. Eu entrei sem pestanejar. Alguém já fez uma curva a 120Km por hora... eu fiz, naquele dia eu fiz.
(...) Estacionei na primeira vaga que vi. Corri, corri desesperadamente até o embarque da VARIG, a fila para o checking estava enorme. Procurei por toda a fila por ele e não encontrei... comecei a chorar achando que ele já teria embarcado, mas não desisti, comecei a andar pelo aeroporto procurando dentro das lojas, e quando já estava desistindo eu o vi, em pé, na frente da loja Pão de Queijo.
Ninguém tem idéia do quanto fiquei feliz. (...)
Quando me aproximei, eu o abracei e foi por muito pouco que eu não me debulhei em lágrimas. Ele me perguntou..
- O que aconteceu?
- Eu só me arrependi de não ter ficado mais tempo com vc. ( eu respondi )
Conversamos mais um pouco enquanto ele tomava o seu café. A hora do embarque se aproximava e quando ela chegou... me senti a pessoa mais impotente do mundo. Nada que eu fizesse ou dissesse adiantaria.
Abracei o novamente e dei um beijo nele. Virei de costas e fui embora... seria melhor que ele não me visse chorar... Me escondi atrás de uma pilastra, e fiquei olhando de longe ele entregar o papel de embarque e entrar... mas antes, ele olhou em volta como se procurasse algo, seria a mim para um último adeus? Não sei... Só sei que quando ele entrou, eu sentei e chorei. As pessoas passavam por mim e não entendiam... andei sem sentir até o carro... parecia que eu não tinha rumo, como se a vida tivesse acabado... me senti tão sozinha... quando cheguei no carro, olhei para o lugar onde antes ele havia sentado e sorrido para mim... chorei mais um pouco... quando me acalmei, consegui ligar o carro e voltar para casa... durante o trajeto parei umas 5 vezes em acostamentos para chorar, demorei quase 2 horas para chegar em casa... o que normalmente eu faria em 30 minutos... era apenas inicio da dor da ausência que provavelmente permanecerá por muito tempo no meu coração...
(...) Hoje eu espero que ele tenha lido a carta, a carta que eu escrevi o que vinha do fundo do meu coração... com toda a sinceridade possível... meus desejos, meus anseios, e tudo que um dia eu sonhei dizer a ele pessoalmente e não tive coragem...
Quem sabe um dia, eu escreva um fim diferente para a história de Anani Belita e seu JavaMan, por enquanto essa história terminou dia 18 de janeiro as 10:25 da manhã no aeroporto internacional de Guarulhos em São Paulo.
O post me comoveu e fez me lembrar um poema que fiz há algum tempo e que gosto muito. Deixei lá para ela e ela já me agradeceu aqui nos comments. Bom tocar a sensibilidade de uma pessoa num momento desses e receber de volta o carinho de um agradecimento. Um beijo, Anani. O poema é esse: