Poemas kálidos:

A Lenda do Beijo
A Mulher que Namorou o Tempo
Aldeia Global
Evolução
Lábios Trêmulos
Poema do Ciúme
Poesia Concreta
Poema do Blogueiro
Cachorra
 

       
Contos kálidos:


A Repulsa
Duetos
Os Olhos do Velho
Tempestade de Neve



Águas passadas 

2002

jan fev mar abr
mai jun jul

ago

set

out

nov

dez

2003

janfev mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2004

jan fev mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2005

jan fev mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2006

jan fev mar abr
mai jun jul ago

set

out

nov

dez

2007

jan fev mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2008

jan

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2009

jan

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2010

jan

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2011

jan

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

2012

fev

fev

mar abr
mai jun jul ago
set out nov dez

 



Blogs:

 
(Selo que concedo
aos blogs que admiro)

Recebi:

Visitantes:

Powered by Blogger

 

 

sábado, 21 de dezembro de 2002

Gente Humilde

Ontem à noite fui cortar o cabelo. O cabeleireiro, indicado por um amigo meu, atende num bairro longe de casa. Sabe aquele bairro “de casas simples, com cadeiras na calçada”, em que a vida flui de maneira mais autêntica, mais calorosa e mais humana? Pois é. Foi lá que eu fui.
Eu me atrasei com o engarrafamento no centro e, quando cheguei, o cabeleireiro Valdo (o nome - e só o nome - é fictício nessa história) não estava. Eu marquei às 19:30 e já eram 20:00. O pessoal da casa informou que ele tinha ido nas proximidades participar de uma novena (não falei que ali a vida flui de forma prosaica?) e não demorava.
A casa onde o cabeleireiro mora e trabalha fica numa ladeira. Sentei-me na calçada e fiquei observando o lugar. Na casa em frente, preparativos para um churrasco que a proximidade do Natal motivava. Da janela, a moradora convidava a vizinha da casa em frente e em cuja calçada eu aguardava o retorno do Valdo. Subindo a ladeira, duas garotas animadas conversando em alto e bom tom, provavelmente vindo de uma academia nas proximidades, pois suas roupas de malha indicavam isso. Entraram na casa onde seria feito o churrasco. Entraram e logo depois saíram, descendo a ladeira, conversando no mesmo tom esbaforido com que subiram. A vida fluía, subindo e descendo a ladeira. Sentado na calçada, assistia a tudo, não dizia nada, como aquela capa do Roberto, pendurada.
Estava extasiado, não apenas pelo bucolismo das cenas que se desenrolavam diante de mim, mas principalmente por ter recebido à tarde um e-mail de frases belas, cheio de elogios à minha pessoa, apenas porque eu deixei um pequeno poema num blogue repleto de poesia. No e-mail, a dona do blogue dizia, entre tantos elogios, que eu fazia poemas com as coisas mais banais. Fiquei pensando nisso. Maravilhoso o e-mail. Impagável. Mas acho que se alguém extrai poesia de alguma coisa é porque ela já está lá, latente, pulsando, pronta, só esperando que alguém a cutuque, a assanhe, para que ela possa explodir em forma de versos. Assim:

POESIA LATENTE

Uma simples flor
Esconde a vida em furor.
É só mexer.

Num simples sorriso,
Puro fogo escondido.
É só acender.

Kali.
Gostou, assine.



 

 

Não falo de mim,
mas do mundo,
bem mais importante
e interessante.
Quiçá, mais bonito :Þ

Creative Commons License

Blog Kálido, escrito por kali, é licenciado sob as seguintes condições:
Creative Commons:
Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas
2.5 Brasil License
.

 



Clique
nos cartões abaixo
para ver os diálogos.

imagens:
Kim Anderson
textos: kali