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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Drummond, te dedico.

Homenagem kálida a Carlos Drummond de Andrade, em contraponto ao Cidadezinha Qualquer do grande poeta. Cidadezona Qualquer eu escrevi há algum tempo, mas inédita para meus leitores. Espero que gostem, já que vieram até aqui.

Cidadezinha qualquer
Carlos Drummond de Andrade


Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.

Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.

Eta vida besta, meu Deus.


Cidadezona Qualquer
Kali


Pessoas entre pessoas,
Nos nos bares, nos lares, nos mares,
Em todos os lugares

Carros zero a mil por hora,
Carros mil a zero por hora

O som a mil decibéis,
A vida a dez mil contos de réis

Gente apressada,
Gente cansada,
Gente enjaulada.

Eta vida besta, Drummond.
Kali.
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domingo, 23 de outubro de 2011

Um outro poema

Médico do Capital e Médico do Trabalho

Tudo é ironia,
Nada é o que parece.
O médico da burguesia
Não é o doutor Zé Maria
É o perito do INSS.

Tudo é ironia,
Nada é o que parece.
O médico do trabalho
Não é o doutor Maria José
É o Tonho das Prece
Da Praça da Sé.

Kali.
Gostou, assine.



 

 

Não falo de mim,
mas do mundo,
bem mais importante
e interessante.
Quiçá, mais bonito :Þ

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