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Blog by Dani
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sexta-feira, 7 de março de 2003
Falando em ecologia, tem a Aracruz Celulose S.A., empresa instalada no município de Aracruz (ES) e que produz celulose :Þ Acontece o seguinte: a Aracruz Celulose, cujos principais proprietários são o grupo Lorentzen (família real da Suécia, se não me falham meus neurônios), o grupo Votorantim e o banco Safra, já transformou boa parte do Espírito Santo num imenso eucaliptal. Acontece também o seguinte: as terras onde foi instalada a fábrica da Aracruz e foram plantados zilhões de eucaliptos eram ocupadas pelos índios guaranis, que até hoje vivem nas imediações, refugiados de suas próprias terras. Dá pena. Não, pena não dá, porque em floresta de eucaliptos, as aves não aparecem. Acontece ainda o seguinte: a fábrica exala um odor horrível que chega até a capital, Vitória, quando o vento sopra. Mas só quando o vento sopra. Ou seja: sempre. Eu fiz há algum tempo atrás esse poema aí. Espero que gostem. Foi feito em homenagem a um grande sujeito, o Paulo Vinha. Paulo Vinha era biólogo, defensor ferrenho da natureza. Morreu assassinado por empresários extratores de areia de uma reserva ecológica em Vila Velha. No município de Vila Velha existe hoje um enorme parque natural, protegido por lei, pegando uma grande faixa de terra junto ao litoral, até o mar, próximo a Guarapari. Uma região muito bonita, como o próprio nome do parque: Parque Paulo Vinha. Legal, não? Acontece mais o seguinte: quando Paulo Vinha morreu, ele estava lutando ao lado dos índios Guaranis pela recuperação de parte das terras que esse povo indígena ocupava e não devastava. Acontece ainda o seguinte: Paulo Vinha foi um ser humano que gritou. E todo grito deixa um eco ressoando no ar. Lógico.
Uma índia.
Um índio.
Um indiozinho.
Um feto.
E Tupã, que não responde?
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Não falo de mim,
nos cartões abaixo para ver os diálogos. imagens: Kim Anderson textos: kali |